domingo, maio 31, 2009

Coisas que eu sei

  1. Aconselhar
  2. Sonhar
  3. Adiar
  4. Lembrar
  5. Ouvir
  6. Argumentar

sábado, maio 30, 2009

Meu corpo, meu templo

“Meu corpo, meu templo” é uma frase definidora da minha postura com relação a vida.


Frase retirada da filisofia oriental, em especial do Budismo, que para mim tem a grande sacada de centrar a vida no hoje. Concentrando a mente na busca constante da felicidade e em cessar o sofrimento como forma de evolução.


Parte dessa evolução do espírito, está nossa matéria, o corpo, que por abrigar a mente, é sagrada.


Essa concepção divide-se em duas esferas de ação na minha vida: uma é na minha relação com meu corpo. Nesse caso, a busca pela vitalidade e pela saúde. Por isso, faço exercícios físicos regularmente, procuro seguir uma dieta equilibrada, evitando o excessos, tento não me deixar abalar por coisas que não posso mudar e procuro levar a vida de forma mais leve.


Na outra esfera está: minha interação com os outros. Porque se meu corpo é um templo, isso significa que o outro também é sagrado. Remetendo-me a conceitos como não-violência, fraternidade, respeito,compaixão, bem.



Na intersecção das duas perspectivas, incluo evitar interagir com pessoas de energia ruim, de acreditar que intimidade constroi-se e não impõe-se instantaneamente, e que por mais que eu acredite que a revolução sexual foi um ganho, não é sinônimo de sexo casual.


Um dia quem sabe encontre o Nirvana, ou pelo menos o Kurt Cobain.

sexta-feira, maio 29, 2009

Saudade já tem nome de mulher

Em Brasília, pela forte presença nordestina, temos um mês de junho com muita festa junina, forró, canjica e quentão, além do frio e da seca.

Esse período foi inaugurado com show da Elba Ramalho num evento cultural diferente. Um açougue anualmente produz um grande show e durante o ano diversas atividades, desde bibliotecas nas paradas de ônibus como incentivo às bandas locais.

Logo foi uma atividade cultural bem diferente para a ilha da fantasia. Já que acontece na rua, entranda franca e, principalmente, porque permite a inclusão.

Contudo, o que mais me chamou a atenção foi essa frase de uma música bastante conhecida que Elba cantou: "saudade já tem nome de mulher".

Nunca havia pensando como muitos substantivos abstratos são femininos, como saudade, tristeza e dor. Provavelmente, porque por milênios carregamos a parte mais pesada do calvário.

Para nosso consolo contribuimos, também, com a beleza, a esperança e a paixão.

Porém, eles nos deram o amor, que para mim devia ser um substantivo coletivo, já que não há amor que brote sem que haja pelo menos dois.

quinta-feira, maio 28, 2009

Ser um cronista

O que é ser um cronista? É enxergar o potencial de um fato corriqueiro de ser único ao mesmo tempo que ocorre repetidamente e transpô-lo ao papel. Mas principalmente, é aproximar a linha entre o jornalismo e a literatura.

Este escritor relata o que todos nós pensamos, mas que muitas vezes não nos damos conta, talvez por não pararmos para refletir sobre o que a todo tempo se passa. Outras vezes escrevem sobre o que nos frustra, revolta ou entristece.

Entretanto, só há uma coisa que o cronista não faz que é distanciar-se do seu tempo e seu é o agora.

Desde pouca idade, fui uma admiradora de cronistas. Mas hoje sei que a crônica é uma arte pouco reconhecida, ou pior, considerada de menor valor literário.

Porém, mesmo consciente desses problemas, sempre alimentei esse sonho de ser uma cronista - junto com o sonho de ser cineasta e crítica de arte. Com mais consciência ainda da minha falta de talento natural, vi que a melhor saída era me publicar.

Porque, caro único leitor amigo, se ninguém me publica, eu me publico.

quarta-feira, maio 27, 2009

Mesóclise

Não consigo pensar em nada mais sacal do que uma pessoa que fale com mesóclises. Esse é o supra sumo do ser irritante.

Não basta ser pseudo cult. Há de ser inadequado, pois não cabe eruditismo na língua oral.

Você em meio a uma conversa banal, e a pessoa solta um:

-"Ligar-te-ei".

Eu, que falo a língua brasileira, só penso em dizer:

- "NÃO, não liga, porque eu no máximo TE evitarei".

Agora, caro único leitor amigo, repita comigo:

-"Mesóclise: evitar-te-ei"

terça-feira, maio 26, 2009

O que tenho ouvido e recomendo

  1. Amy Winehouse – Black to Back (Diria que - I’m addicted)
  2. Roberta Sá – Que belo estranho dia pra se ter alegria (Redescobri a doçura do primeiro amor)
  3. Lenine – Acústico MTV e Labiata
  4. Diogo Nogueira – Diogo Nogueira Ao Vivo
  5. Bajo Fondo – Mar Dulce
  6. Jason Marz – We dance, We sing, We steal things
  7. Litlle Joy – Litlle Joy
  8. Seu Jorge – Américo Brasil o disco
  9. Paulinho da Viola – Acústico MTV
  10. Céu – Céu

Ouvindo sempre:

Jorge Drexler – coletânea completa, em especial ECO 2

Zeca Baleiro – Coração de Homem Bomba

Moska – coletânea completa, em especial Mais novo de novo

Kevin Johansen – Logo

segunda-feira, maio 25, 2009

L'enfer, ce n'est pas les autres

Quando tudo ao seu redor está em escala de cinza. Se o mundo perdeu a melodia. Tudo parece chato, previsível, sem emoção.

É melhor parar e olhar para si.

Porque não é o mundo que perdeu a cor, são meus olhos que estão daltônicos.

Definitivamente, o inferno não são os outros, é o meu olhar para o outro que mudou.

domingo, maio 24, 2009

Certos sobre os motivos errrados

Há até pouco tempo, boa parte da minha vida estava centrada em querer estar com a pessoa errada pelos motivos certos. No entanto, tive que aceitar que nem tudo posso mudar. Tive que aceitar que esperei muito pouco, e recebi menos ainda.

Agora só quero estar com a pessoa certa sem motivo algum.

Só que cada vez mais a pessoa certa para estar parece ser eu mesma...

sexta-feira, maio 22, 2009

Eu sou assim...

A vida pode parecer uma superfice áspera a aguardar uma lixa para assim ganhar um acabamento perfeito. No entanto, algumas vezes, acho que cada irregularidade foi calculadamente pensada. No final, a vida pode ser um círculo perfeito para a evolução, porque mesmo quando voltamos ao início, nada é igual, porque o caminho nos mudou totalmente.

Já tive epócas que todos me adoravam, eu queria ser esquecida, não importunada, apenas ser invisível. Fase substituída pela vontade incontrolável de irritar a todos, a ser do contra, diferente. Mas como nada dura para sempre, a adolescência passou e tudo que queria era me encaixar, ser aceita, amada, considerada bonita.

Hoje eu só “sou assim” – e mesmo sem nem saber como sou- e “quem quiser gostar de mim eu sou assim*”.

Cada dia me esforço menos, e ligo menos, se meu jeito agrada os outros. Não que seja perfeita e acabada, só aceito meus defeitos e limitações, enquanto não posso mudá-los, e vejo que qualidades estão embrenhadas em mim.

“Meu mundo é hoje”, mas cada pedra foi uma oportunidade de amadurecimento e o amanhã é parte desse círculo perfeito que é nosso caminho por esse mundo.

Penso que talvez no final dessa trajetória, tenha me livrado totalmente da necessidade de agradar ou me adequar aos outros, e seja nessa hora que aqueles me rodeim gostem mais de mim.

Porque simplesmente seremos resumidos a seres humanos reais e falíveis, tentando viver sem o “peso da hipocrisia” e nem “enganando a si mesmos com dinheiro, posição”. “Pois sei que além de flores, nada mais vai no caixão”.

*Todos os grifos desse post foram retirados do Samba “Meu mundo é hoje”, de Wilson Batista.

terça-feira, maio 19, 2009

Nossa amizade dá saudade...

Caro único leitor amigo, você sabe bem que saudade é um estado permanente do meu ser. Mas ontem ela veio reforçada pela ausência de um grande amigo.

Passei um bom tempo a falar sobre sua doçura e inconstância. Nesse monologo falei sobre ele, mas no final não sabia se era ele ou eu a quem descrevia.

Após anos de amizade, longas conversas desconexas sobre o futuro, os sonhos, enfim, sobre quem somos e queremos ser, penso que almas gémeas podem existir, e não, necessariamente, sobre a perspectiva da paixão.

Existem esses déjà vu, laços profundos estabelecidos quase que instantaneamente,afinidades inexplicáveis.

Por isso é que às vezes conflitamos, porque somos parecidos.

O que eu sei, caro único leitor amigo, é que às vezes eu sou muito sensível e faço tempestade em copo d'água.

E você vezes você é muito negligente... e às vezes eu faço tempestade em copo d'água ... e às vezes você é insensível... e eu muito sensível...

No entanto, quando estou triste, são seus cartões antigos que leio. Porque nessa hora lembro que no mundo tem alguém que sabe que sou uma pessoa melhor e mais importante do que penso ser.

quinta-feira, maio 14, 2009

Contradições dessa vida

Tantas pessoas têm uma vida de filme nórdico, uma coisa tranqüila e quase linear. Outros têm essa saga da latinidade, do drama e da vida como uma novela mexicana.

Algumas pessoas têm como trilha sonora “Don’t worry, be happy”. Outras ouvem incansavelmente Amy Winehouse ou Paulinho da Viola.

Há aqueles que ganham bingos, sorteios e acham vagas no estacionamento lotado. Do outro lado do rio, há quem caia no mesmo buraco várias vezes ou tropece repetidamente na mesma pedra.

Vários esquecem o passado como se nunca o houvera vivido. Poucos vivem do passado como se nada houvesse mudado.

Alguns mudam rapidamente. Outros, os séculos mudam e eles não.

Existem os que tomam a decisão e os que vivem eternamente indecisos.

Porém, todos nós sem exceção estamos sempre esperando e procurando.

Eu não sou diferente, estou aqui eternamente procurando um lugar a que pertença e algo para acreditar e vivo com uma saudade assimilada que ninguém nunca rouba de mim.

quarta-feira, maio 13, 2009

A parada gay é um marco


A parada gay já foi do orgulho, GLBT: várias denominações, mas a única coisa que não há como ela ser é parada. Tem DJ, trio elétrico, gente falando, gritanto, dançando, drag, vovó, alexandre frota e Eduardo Suplicy.

Mas eu defino a parada gay como um marco na minha vida.

Caro único leitor amigo, está pensando que virei a casaca? Para meu azar não mudei de lado, preste atenção e leia o que me ocorreu na Parada Gay de São Paulo em 2006.

Fui no feriado visitar minha amiga que havia se mudado para Sampa e lá vamos nós as calouras na parada. Quem esperava algo para se chocar, pesado e político, surpreeende-se. Era tudo muito leve, colorido, animado, mais lembrava uma festa que uma manifestação contra o preconceito.

É nessa hora que um cara de colan com short de lycra estilo Carla Perez com uma bunda siliconada vira para mim e fala: “Eu malho o ano inteiro para poder usar colan fio dental na parada. Vai dizer que eu não posso? Agora você é muito bonita de rosto, mas tá tão gordinha”....

Além de me chamar de gorda, saiu falando que ia tirar o short e ficar de colan. Enfim, pirado.

No entanto, ele tinha razão. Aquele frase foi um click para mim, cheguei em casa me matriculei numa academia, começei a fazer dieta.

15 quilos mais magra, cabelo mudado e novo guarda roupa, voltei a São Paulo e me perguntaram três vezes em situações diversas se eu era modelo.

Resumo: Valeu biba!!! Você não sabe, mas foi T-U-D-O na minha nova vida.

domingo, maio 10, 2009

Blogs

Tenho essa estranha identificação por pessoas que não conheço.

Leio seus textos, ouço suas músicas, vejo as fotos de suas férias, sei de suas vidas, mas não as conheço.

Não seria uma loucura, se pensarmos que todos nós somos seres humanos, que vivemos solitários e eternamente a buscar um lugar a que pertença e algo a acreditar. Então, a identificação seria in nata.

O esquisito é que não tenho a mesma ligação por pessoas reais, aquelas que convivo.

Por isso, acho fantástico a insurgência dos blogs. Criou-se um mundo paralelo de pessoas que sabemos os pensamentos mais intímos, as histórias marcantes, as crenças mais puras, entretanto, não sabemos a cor dos olhos, o cheiro, e muitas vezes nem o nome.


Antes esse universo de desconhecidos eram apenas os cineastas, escritores, músicos, colunistas de jornais, agora há mais uma categoria, os blogueiros.

sábado, maio 09, 2009

Respeitar certas regras sociais de convivência significam boa educação ou subserviniência?

A sociedade muda , e as regras de conviência também. Mas se a etiqueta existe, não importa se você considere-as inadequadas, quem conviver com você vai te considerar mal educado.

Por exemplo, uma pessoa conversa com você pelo msn e você escreve em caixa alta o tempo todo, independente de você achar que não existe etiqueta social no mundo virtual, essa pessoa achará que você está gritando e é mal educada.

Entretanto, digamos que a pessoa num ataque súbito de caridade, resolve te falar: "não sei se já te falaram que escrever em texto alto significa que você está gritando?", adianta dizer que não sabia e mudar o hábito, mas o contrário, sabe o que o caríssimo respondeu? "Isso não existe, e se existir, não vou mudar, não existe regra na internet".

Interpretação da resposta: "Não ligo se os outros consideram mal educado, se é péssimo para entender uma frase toda em caixa alta. Eu não mudo, o mundo é que tem que mudar para se adequar a mim. Enfim, o inferno é os outros. Eu? Sou perfeito".

Pois é... você pode não mudar, quem vai mudar a atitude é quem recebe o texto em caixas altas.

Mal educado não é o ignorante, é quem não tem humildade para aprender e mudar!

quarta-feira, maio 06, 2009

O vício dos deuses


"O vinho alegra o coração do homem; e a alegria é a mãe de todas as virtudes ... Quem não bebe e não beija está pior que morto." Goethe




Goethe, apesar de suas tendências suicidas, ou talvez justamente por isso, sabia das coisas.

Noites acordadas? Pensamentos obcecados? Tristeza sem cura? Solidão? Dor de cotovelo?

Caro único leitor amigo, talvez você não precise de uma psicólogo, e sim de uma garrafa de vinho.

Não precisa ser um vinho caro, por sinal, entendo muito pouco de vinhos, a cada compra tento errar um pouco menos. E de forma geral discordo das dicas chiques do vinhos encorpados e secos, prefiro os suaves e frutados.

Eu que já parei de beber milhares de vezes. Volto sempre pelo mesmo motivo: Eu mereço!

Bebo pouco e, com essa vida estressante, eu mereço tantas coisas que não posso ter, não devo me alienar do que posso adquirir.

Você merece também!!!

Não gosta de vinhos? Vai de cerveja, vodka, caipirinha.


Só não vale exagerar!


Entornar todas não é bacana - apesar que devemos fazer isso algumas vezes para aprender nossos limites, mas se você passou dos 20 anos, já deixou de ser "legal" ficar trêbado e passar mal.

terça-feira, maio 05, 2009

Surpresa: Serviços de Telefonia pioram

A Agência Nacional de Telecomunicações - aquela que virou procon, já que o serviço real que presta é um site de reclamações - divulgou essa semana que os serviços das prestadores de telefonia pioraram no Brasil.

Para tudo!!! Precisou fazer pesquisa e avaliação para saber disso?

Não há um só brasileiro que não saiba disso. E mais, que não se sinto ofendido e ridicularizado de ficar apertando milhões de telefones e de ser transferido mil vezes entre atendentes de telemarketing com sotaques paulistas, que estarão tentar resolver o nosso problema.

Se não basta a morte a língua portuguesa - isso é totalmente perdoável, já que falamos brasileiro e tentam nos manter ligados a uma cultura lusófona decadente; entretanto, matam o nosso bom humor e paciência.

O pior de tudo é que essa avaliação constante da ANATEL só irá concluir que todas as operadoras são ruins. E agora José? Haverá disputa pela mediocridade?

A pergunta que fica é: quem poderá nos defender?

domingo, maio 03, 2009

Corrida


Saldo positivo do feriado: Voltei a correr.

Estou só recomençando. O processo é longo para recuperar a resistência, mais complicado, ainda, é não lesionar o joelho ou coluna. Foram 2 km de corrida, mais 3 km de caminhada, e sem nenhuma dor.


Não sei se você, caro único leitor amigo, lembra-se que ano passado passei mais meses fazendo fisioterapia do que malhando. Por isso, faz quase 1 ano que não corro, fora os episódios de tentar voltar e machucar alguma articulação.

O projeto 2009 é mais singelo são 5 km em um ritmo bom e sem lesões.

Pode parecer loucura eu querer voltar a correr com tantas orientações médicas contrárias. Mas a felicidade que a endorfina me propiciona não poderia ser retirada do meu cotidiano.

Aquela sensação da mente esvaziar é inigualável.

A promessa é: se eu não lesionar nada, irei me preparar para a maratona de Brasília 2010.

sexta-feira, maio 01, 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

“A melhor parte da vida é o início e a pior o fim”. Mark Twain

Com essa frase em mente Scott Fitzgerald parte para escrever seu conto “O curioso caso de Benjamin Button”.

O autor, apesar de ser mais conhecido pelo livro “O grande Gatsby” – que reflete criticamente sobre a a alta sociedade americana, com suas futilidades e preconceituosos, no período imediatamente anterior a queda da bolsa de Nova Iorque – em seu conto sobre Benjamin surpreende por sua genialidade.

Oscilando entre uma ironia desconcertante e uma sensibilidade empática, “O Curioso caso de Benjamin Button” conta a história do bebê Benjamin nascido velho, com olhar cansado e com 1.60m, mas que ainda assim deveria a qualquer custo ser um bêbe e não Matusalém que de fato era, e que viveu o inverso do tempo e morreu um bebê com o peso no olhar de toda uma vida.

A história é uma reflexão sobre uma sociedade que não vê além das superficialidade e que rejeita tudo fora das normas e padrões preestabelecidos.

Um conto sobre o diferente, o não aceitável, a vergonha social viva nessa situação e sobre a tentativa insana de que o inexplicável se parecesse igual e padronizado.

Benjamin aceitou a vida tal como encontrou. Mas seus pais e a sociedade não.

Para mim essa é a grande sacada de Fitzgerald. Quem nunca se sentiu aprisionado em um corpo que não reconhecia ou numa vida que não entendia, mas que lhe pertencia?

Essa era a jornada diária do personagem que sozinho enfrentou a inversão da ordem natural da vida. Nasceu velho, mas não sábio, foi pai, antes de ser filho, e foi amante antes de ser homem.

Vida triste e solitária. Iria ver todos que amava morrer enquanto seu corpo rejuvenescia.

Diria que é uma história sobre a solidão, mais do que sobre a diferença. O que a transformaria não no caso de Benjamin, mas no caso de todo ser humano, que está fadado a solidão, assim nasceu e assim morrerá.

É uma história sobre nós. Aprisionados num corpo que nem sempre corresponde ao seu conteúdo. Uma casca que não acompanha a alma. Ou sobre eu e você, caro único leitor amigo, que nascemos velhos e passamos a vida tentando se permitir começar a ser jovens.

Em 2008, o conto inspirou um longa metragem, o qual recomendo. Muito interessante, mas bem diferente do original, sua rispidez foi retirada e deu lugar a uma história de amor ao longo dos tempos.