domingo, agosto 07, 2005

Listas...

Eu que sempre penso em escrever minha própria lista dos melhores filmes na minha opinião singela, não posso evitar adorar as listas alheias, especialmente a parte que fica revoltada porque não incluiu certos filmes ou incluiu outros. Talvez por isso não escreva a minha própria porque perderia a parte de criticar e também porque a lista teria 3 mil filmes, mas obviamente teria “Cinema Paradiso” que é um filme perfeito para ser visto a qualquer idade.

Selvagens e sentimentais
João Pereira Coutinho, 29, é colunista do jornal português "Expresso". Ele escreve quinzenalmente para a Folha Online.

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Listas e listas e listas. George Steiner, um velho sábio, costuma dizer que as listas são exercícios contra o apagamento. Por isso ele elabora, desde a infância, listas infindáveis de generais e suas batalhas, autores e seus romances, sem esquecer datas históricas, pessoais, monumentais. Entendo o gesto e simpatizo com ele.
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Mais simpática é a lista do British Film Institute. Quais os filmes que todos os adolescentes devem ver (até aos 14 anos)? Anotem: "The Wizard of Oz" ("O Mágico de Oz", 1939), o clássico de Victor Fleming que me perseguiu em sonhos durante décadas (ainda hoje persegue; mas não espalhem); "Ladrões de Bicicletas" (1948), obra de Vittorio De Sica que redefiniu o cinema italiano do pós-guerra; "The Night of the Hunter" ("O Mensageiro do Diabo", 1955), escolha séria e filme sublime, de Charles Laughton, com um imbatível Robert Mitchum ("Para mim, existem apenas duas formas de representação: com cavalo e sem cavalo"); "Les 400 Coups" ("Os Incompreendidos", 1959), de François Truffaut, um dos raros "nouvelle vague" que sobreviveu ao espírito do tempo (as minhas desculpas aos godardianos); "E.T." (1982), de Spielberg, a mais bela parábola sobre a vida de Cristo: a história do extra-terrestre que desce dos céus, espalha alegria entre os humanos e regressa de onde veio, em ascensão celestial. E mais cinco que, pessoalmente, são dispensáveis: "Onde Fica a Casa do Meu Amigo" (1987), de Kiarostami (diretor de um filme bem preferível, "O Sabor da Cereja"); "Show me Love", uma produção sueca de 1998 que não vi (e, se eu não vi, não vale a pena); "Kes" (1969), de Ken Loach (neo-realismo inglês, não, por favor); e dois filmes animados, "Spirited Away" (2001) e "Toy Story" (1995).
Posso substituir estes cinco? Então sugiro "Fanny e Alexander" (1982), de Bergman; "Hope and Glory" ("Esperança e Glória", 1987), de John Boorman; "A Perfect World" ("Um Mundo Perfeito", 1993), de Clint Eastwood; o "Pinocchio" da Disney (a versão de 1940); e também "My Fair Lady" (1964) que, apesar de não ter crianças e não ser para crianças, tem mulheres e transforma qualquer futura mulher numa Audrey Hepburn em potência. Falou e disse.

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