Com essa frase em mente Scott Fitzgerald parte para escrever seu conto “O curioso caso de Benjamin Button”.
O autor, apesar de ser mais conhecido pelo livro “O grande Gatsby” – que reflete criticamente sobre a a alta sociedade americana, com suas futilidades e preconceituosos, no período imediatamente anterior a queda da bolsa de Nova Iorque – em seu conto sobre Benjamin surpreende por sua genialidade.
Oscilando entre uma ironia desconcertante e uma sensibilidade empática, “O Curioso caso de Benjamin Button” conta a história do bebê Benjamin nascido velho, com olhar cansado e com 1.60m, mas que ainda assim deveria a qualquer custo ser um bêbe e não Matusalém que de fato era, e que viveu o inverso do tempo e morreu um bebê com o peso no olhar de toda uma vida.
A história é uma reflexão sobre uma sociedade que não vê além das superficialidade e que rejeita tudo fora das normas e padrões preestabelecidos.
Um conto sobre o diferente, o não aceitável, a vergonha social viva nessa situação e sobre a tentativa insana de que o inexplicável se parecesse igual e padronizado.
Benjamin aceitou a vida tal como encontrou. Mas seus pais e a sociedade não.
Para mim essa é a grande sacada de Fitzgerald. Quem nunca se sentiu aprisionado em um corpo que não reconhecia ou numa vida que não entendia, mas que lhe pertencia?
Vida triste e solitária. Iria ver todos que amava morrer enquanto seu corpo rejuvenescia.
É uma história sobre nós. Aprisionados num corpo que nem sempre corresponde ao seu conteúdo. Uma casca que não acompanha a alma. Ou sobre eu e você, caro único leitor amigo, que nascemos velhos e passamos a vida tentando se permitir começar a ser jovens.
1 comentários:
Não vi o filme, mas verei... e não li o conto, mas assim q vc me mandar eu lerei :P
gostei da sua visão a respeito...
Postar um comentário