O livro “Amar, verbo intransitivo” é na minha opinião é o melhor texto do Mário de Andrade, diria, quiçá, dos romances modernos. Andrade é um escritor ousado, criativo, sensível... Vou parar aqui com esses adjetivos, ele mesmo não seria um entusiasta.
Encanta-me seu tão profundo domínio do Brasileiro. Caro único leitor amigo, não me corrija, não falamos português no Brasil há muitos, defendo a necessidade de sermos sinceros: Falamos Brasileiro, sim! Alguns, como Andrade, melhor que outros.
Esse é um dos meus romances favoritos, romance moderno, não romance romântico... Texto que nos faz sonhar e nos traz a realidade, que contrapõe e mescla com maestria: o “homem-do-sonho” com o “homem-da-vida”.
Encanta-me seu tão profundo domínio do Brasileiro. Caro único leitor amigo, não me corrija, não falamos português no Brasil há muitos, defendo a necessidade de sermos sinceros: Falamos Brasileiro, sim! Alguns, como Andrade, melhor que outros.
Esse é um dos meus romances favoritos, romance moderno, não romance romântico... Texto que nos faz sonhar e nos traz a realidade, que contrapõe e mescla com maestria: o “homem-do-sonho” com o “homem-da-vida”.
“O homem-do-sonho se substituirá ao novo homem-da-vida... O homem- da-vida age não pensa... Reconhece o homem-do-sonho porque este pensa e sonha.” M.A.
Nunca houve melhor definição para o que fazemos diariamente: essa luta maniqueísta em se deixar dominar pelo conformismo da vida seca ou pela doce esperança de Parságada.
Desde seu próprio título, o romance revela seu traço instigante, mas ao mesmo tempo delicado.
Todos nós estudamos que Amar é um verbo transitivo direto. O que pressupõe um objeto e um sujeito nesse ato.
“V. t. d.
1. Ter amor a; querer muito bem a; sentir ternura ou paixão por: "Amo-te, é certo; adoro-te, confesso" (Humberto de Campos, Poesias Completas, p. 54); "Goethe amou Roma como artista e não como sábio." (Afonso Arinos de Melo Franco, Amor a Roma, p. 24); "O poeta Daniel amava em Francisca tudo: o coração, a beleza, a mocidade, a inocência e até o nome." (Machado de Assis, Contos Recolhidos, p. 13).
2. Ter afeição, dedicação ou devoção a; prezar: amar a Deus; amar o próximo.
3. Sentir prazer em; apreciar muito, gostar de: Ama a vida ao ar livre; "Amo a grandeza misteriosa e vasta" (Antero de Quental, Sonetos, p. 73).
4. Praticar, realizar o amor físico com; possuir.
5. Ant. Desejar, querer.
6. Ant. Preferir, escolher”
Entretanto, para que o leitor fique mais confuso, eis que o texto é intitulado um idílio, que é um pequeno romance que tem uma forma singela e doce de amor recíproco.
De uma sagacidade admirável, Mário sintetiza todo seu romance nesse jogo aparentemente contraditório.
Concordo com o autor, o amor no fundo é um ato intransitivo, é um estar em si mesmo, um ensimesmamento. Pode até parecer egoísta, individualista, mas não amamos o objeto, simplesmente amamos... Nem sempre recíproco, nem sempre feliz, mas não podemos parar o processo, simplesmente, amar porque amamos, um verbo intransitivo.
Há um trecho do livro que me encantou particularmente:
“Se você ama, ou por outra se já deseja no amor, pronuncie baixinho o nome desejado... Esse ou essa que você ama, se torna assim maior, mais poderoso e se apodera de você. Homens, mulheres, fortes, fracos... Se apodera.”
Essa é a realidade é você que alimenta esse amor pelo outro, é o próprio sentimento que se apodera de você.
Ao mesmo tempo, devota-se o amado...
Você, caro único leitor amigo, já está arrancando os cabelos a pensar que sou totalmente incoerente e que nada do que escrevo faz sentido. Disso tiro duas conclusões, a primeira que você nunca se apaixonou, e a segunda, cito Andrade:
“... neste mundo misturado quem concorda consigo mesmo! Somos misturas incompletas, assustadoras incoerências... Não existe mais uma única pessoa inteira neste mundo e nada mais somos que discórdia e complicação”.
Nunca houve melhor definição para o que fazemos diariamente: essa luta maniqueísta em se deixar dominar pelo conformismo da vida seca ou pela doce esperança de Parságada.
Desde seu próprio título, o romance revela seu traço instigante, mas ao mesmo tempo delicado.
Todos nós estudamos que Amar é um verbo transitivo direto. O que pressupõe um objeto e um sujeito nesse ato.
“V. t. d.
1. Ter amor a; querer muito bem a; sentir ternura ou paixão por: "Amo-te, é certo; adoro-te, confesso" (Humberto de Campos, Poesias Completas, p. 54); "Goethe amou Roma como artista e não como sábio." (Afonso Arinos de Melo Franco, Amor a Roma, p. 24); "O poeta Daniel amava em Francisca tudo: o coração, a beleza, a mocidade, a inocência e até o nome." (Machado de Assis, Contos Recolhidos, p. 13).
2. Ter afeição, dedicação ou devoção a; prezar: amar a Deus; amar o próximo.
3. Sentir prazer em; apreciar muito, gostar de: Ama a vida ao ar livre; "Amo a grandeza misteriosa e vasta" (Antero de Quental, Sonetos, p. 73).
4. Praticar, realizar o amor físico com; possuir.
5. Ant. Desejar, querer.
6. Ant. Preferir, escolher”
Entretanto, para que o leitor fique mais confuso, eis que o texto é intitulado um idílio, que é um pequeno romance que tem uma forma singela e doce de amor recíproco.
De uma sagacidade admirável, Mário sintetiza todo seu romance nesse jogo aparentemente contraditório.
Concordo com o autor, o amor no fundo é um ato intransitivo, é um estar em si mesmo, um ensimesmamento. Pode até parecer egoísta, individualista, mas não amamos o objeto, simplesmente amamos... Nem sempre recíproco, nem sempre feliz, mas não podemos parar o processo, simplesmente, amar porque amamos, um verbo intransitivo.
Há um trecho do livro que me encantou particularmente:
“Se você ama, ou por outra se já deseja no amor, pronuncie baixinho o nome desejado... Esse ou essa que você ama, se torna assim maior, mais poderoso e se apodera de você. Homens, mulheres, fortes, fracos... Se apodera.”
Essa é a realidade é você que alimenta esse amor pelo outro, é o próprio sentimento que se apodera de você.
Ao mesmo tempo, devota-se o amado...
Você, caro único leitor amigo, já está arrancando os cabelos a pensar que sou totalmente incoerente e que nada do que escrevo faz sentido. Disso tiro duas conclusões, a primeira que você nunca se apaixonou, e a segunda, cito Andrade:
“... neste mundo misturado quem concorda consigo mesmo! Somos misturas incompletas, assustadoras incoerências... Não existe mais uma única pessoa inteira neste mundo e nada mais somos que discórdia e complicação”.
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