quinta-feira, julho 23, 2009
Budapeste era amarela
Postado por Amanda às 5:30 PM 5 comentários
domingo, julho 19, 2009
Férias
Postado por Amanda às 8:32 PM 2 comentários
sexta-feira, julho 10, 2009
Simplesmente eu, Clarice Lispector
A montagem é uma mistura genial da densidade própria dos textos da autora, representada por suas personagens femininas, com episódios que mostraram a personalidade e vida de Clarice.
A peça não perde o ritmo, oscilando entre os dramas das personagens e da própria escritora, misturadas a passagens irônicas, que chegam a flertar com o humor.
Beth Gourlat, que além da similaridade física, consegue representar a intensidade dessa incrível artista e intrigante mulher.
Destaco uma das passagens que mais me tocou:
“eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele.” Clarice Lispector - Perdoando Deus
Postado por Amanda às 7:55 PM 4 comentários
Marcadores: filmes e livros
Escrever como vocação
Como não concordar, quando escrevo não porque tenha talento, mas porque a vocação me chama.
Postado por Amanda às 7:29 PM 0 comentários
quarta-feira, julho 08, 2009
Hoje é meu aniversário
Hoje é meu aniversário e não tem bolo.
Hoje é meu aniversário e não tem festa.
Hoje é meu aniversário e não estou feliz.
Hoje é meu aniversário e ninguém vai me dar um beijo na boca.
Hoje é meu aniversário e não há ninguém que eu queira que me beije.
Hoje é meu aniversário e não vou comemorar.
Hoje é meu aniversário e nada mudou na história porque nasci.
Hoje é meu aniversário e sinto falta de muita gente.
Enfim, hoje é meu aniversário.
Postado por Amanda às 10:29 PM 3 comentários
domingo, julho 05, 2009
Detalhes
Com a comemoração dos 50 anos de carreira, Roberto Carlos voltou a ser febre nacional, disputando espaço na mídia com a morte de Michael Jackson.
"Durante muito tempo
Em sua vida
Eu vou viver...
Detalhes tão pequenos
De nós dois
São coisas muito grandes
Prá esquecer
E a toda hora vão
Estar presentes
Você vai ver...
Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada
Mas "quase"
Também é mais um detalhe
Um grande amor
Não vai morrer assim
Por isso
De vez em quando você vai
Vai lembrar de mim..."
Detalhes - Roberto Carlos
Postado por Amanda às 10:19 PM 3 comentários
Marcadores: amor, Relacionamento
O drama anual
Aniversário chegando. Melancólia permanecendo. Lembrança voltando. Esperança apontando...
Postado por Amanda às 8:29 PM 2 comentários
quinta-feira, julho 02, 2009
Terras do Nunca
Então, a agonia dos últimos anos foi do ser humano, que fisicamente nem parecia mais um homo sapiens sapiens, e psicologicamente foi degradado por sua própria loucura e ego.
Mas não posso negar minha admiração por álbuns como Thriller ou Dangerous, tanto que o relançamento "Thriller - 25 anos" foi um dos poucos momentos de grande empolgação com um cd em 2008.
No entanto, hoje quando li a coluna do Coutinho na Folha não resisti o copiar e colar.
Terras do Nunca
João Pereira Coutinho, de Lisboa
Pobre Michael Jackson. O homem morre como todos morremos. Radicalmente só. Com o coração a despedir-se prosaicamente do corpo. O mundo, em choro e transe, não acredita. Um mito não morre assim. Porque assim morremos nós, anônimos e mortais, mergulhados na nossa própria miséria. Os mitos só morrem por acidente ou conspiração invejosa de terceiros, que não aguentam o brilho incandescente da estrela.
John Kennedy não foi abatido pelo fracassado Lee Oswald numa manhã funesta de Dallas. Kennedy foi assassinado pela CIA, pelos cubanos, pelos soviéticos, pela máfia, eventualmente pelos extraterrestres.
O mesmo para a "Princesa do Povo", Diana Spencer. Uma vítima de um motorista alcoolizado e irresponsável numa noite de Paris? Não, mil vezes não. Diana foi vítima da Família Real inglesa, que a desprezava para lá do tolerável. Para dar mais requinte ao episódio, há quem garanta que Diana estava grávida. A autópsia não confirmou. Mas quem se prende a pormenores? Eu, por mim, aposto que eram gêmeos.
E, agora, Michael Jackson: ele não morreu por excessos vários e loucuras evidentes. Foi o médico; foi a empregada; foi o Rato Mickey quem acabou com o cantor.
Deixemos as teorias da conspiração para as mentes conspiratórias. No meio do sentimentalismo vulgar, e quase religioso, com que o planeta chora a morte de Jackson, a única declaração vagamente sensata foi dita pelo próprio presidente americano. E que nos disse Obama?
Para começar, que Jackson foi um músico de talento. Difícil discordar, embora o Jackson que eu aprecio morreu no dia em que nasceu o Jackson que grande parte do mundo aprecia, ou seja, em 1979 com "Off the Wall". O single prodigioso que os Jackson Five editaram dez anos antes, "I Want You Back", é incomparável com qualquer obra posterior. Opinião pessoal. Do Michael Jackson a solo, admiro apenas o bailarino. Brinco? Não brinco. Fred Astaire também não brincava quando dizia, na década de 80, que Jackson nascera demasiado tarde. Tivesse ele vivido nos anos 30 ou 40 e teria feito as delícias de Busby Berkeley ou Vincent Minelli. Quem aprecia musicais sabe do que falo.
Mas Obama não elogiou apenas o talento. Obama foi corajoso e lamentou a figura profundamente trágica de Michael Jackson. Nos próximos anos, saberemos mais sobre essa tragédia. Mas aposto que a origem dela está num homem que, para usar as palavras de um francês célebre, alimentou uma "náusea-de-si-próprio" ao longo da vida: uma náusea da sua própria negritude e, talvez mais importante, uma náusea da sua própria humanidade, por definição mutável e perecível. Não admira que, ano após ano, ele tenha tentado golpear essa humanidade, perseguindo um ideal estético que era, aos olhos do mundo, caricatural e infantil. E, aos olhos dele, eterno e pós-humano.
Disse anteriormente, citando Fred Astaire, que Michael Jackson não viveu nas décadas de 30 e 40 para inscrever o seu nome na tradição dos grandes musicais. Mas é possível recuar mais um pouco e lamentar que Jackson não tenha nascido e vivido em finais do século 19, inícios do 20. E que não tenha conhecido uma alma gêmea como J.M. Barrie, o escritor para quem a infância era, simultaneamente, o melhor e o pior dos mundos. O melhor, pelo encantamento permanente que lemos em "Peter Pan" ou no injustamente esquecido "The Little White Bird". Mas também o pior dos mundos, porque capaz de antecipar a corrupção futura: a maturidade, o envelhecimento, a perda da inocência.
Não sei se Jackson leu Barrie. Provavelmente. Mas sei que lhe roubou o nome para o seu rancho, "Neverland", essa "Terra do Nunca" onde os rapazes não crescem. Tivesse Michael Jackson lido "Peter Pan" com atenção e saberia que, mesmo na "Terra do Nunca", os rapazes não crescem mas também morrem.
Postado por Amanda às 8:53 AM 3 comentários
Marcadores: alheios
Nobel recomenda paixão a vida
Na Alemanha, o suíço Richard Ernst, ganhador do nobel de química em 1991, durante uma palestra – intitulada “Paixões e Atividades além da Ciência” – a 580 jovens pesquisadores, inclusive brasileiros, aconselhou que: “Não se transformem em ‘nerds’ unilaterais. Não se esqueçam de suas paixões”.
Essa realmente é uma boa sugestão. Acho que para produzir qualquer coisa na vida, há de se ter paixão pelo que faz, especialmente, em viver a vida. Não há como isolar-se ou abster-se da tão rica interação social.
Talvez a inclinação budista do químico, me fez mais próxima de suas percepções da realidade.
Postado por Amanda às 7:55 AM 1 comentários