Caro único leitor amigo, tenho estado solitária na última semana. Não sei exatamente o que me trouxe essa ausência presente. Mas os indícios não são bons: dois dias seguidos que vou ao cinema sozinha. Mesmo que os filmes tenham sido incríveis, isso não é bom sinal.
Observo os cinemas: vários casais, grupos de amigos, pais e filhos. O número nada representativo de pessoas desacompanhadas costumam ser de senhoras de meia idade.
Sempre penso nessas senhoras e em uma específica. Essa senhora mora em um apartamento grande demais para apenas sua própria presença, mas cheio de quinquilharias: lembranças de viagens, a maioria de outras pessoas; fotos antigas, inclusive de pessoas que já se foram; móveis herdados de parentes mortos e comprados na juventudes; plantas, muitas plantas; um cheiro de guardado que não desimpreguina; vários bolos feitos por ela mesma; e um gato ou até vários deles.
Não gosto de gatos, mas ando temendo vir a ser essa senhora.
Será que me só me resta comprar um gato?
3 comentários:
Comentário atrasado: Eu acho, na verdade tenho certeza, que o cosmos manda aquilo que a gente pede. O difícil é saber pedir o que realmente queremos.
Será que ele manda o que pedimos? Ou recebemos o que fazemos acontecer? Ou ambos?
Ele manda o que a gente pede, mas pedir é difícil demais. Acontece muito de pedir o que é cômodo no momento mas não é o que realmente queremos ou pedir com intensidade demais. Lembre-se da música Súplica Cearence.
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