segunda-feira, maio 30, 2005

Passeata do Orgulho Gay


Como ontem foi o dia da passeata pelo orgulho gay em São Paulo, resolvi postar uma menção ao evento. Motivos:

1) Se os gays querem casar, que casem. Todos devem ter o direito de fazer o que quiser da sua vida.
2) Digamos que os gays assumidos merecem nossa admiração e respeito. Porque não deve ser fácil!
3) Eu tenho vontade de ir a passeata. Pensem como deve ser divertido. E como eu não tenho síndrome de parecer gay (para entender melhor da patologia, leiam o texto abaixo), iria numa boa. Quem é bem resolvido não tem essas síndromes.
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Medo de Parecer Gay?

Muito boa essa reportagem do fantástico sobre o medo que o homens tem de pensarem que eles são gays. Para mim é tudo muito claro: quem não é bem resolvido com a sexualidade é que tem essas síndromes, ou pior tem a síndrome invertida, fica dizendo que todo mundo é gay. Tenha dó. Sai do armário e pronto!
 
Essas pessoas com a síndrome só perdem, porque desperdiçam a oportunidade de ter amizades verdadeiras com outros homens e pior passam a vida preocupados com os outros em vez de viver suas próprias experiências.
 
Medo de Parcer Gay
Fantástico - 29/05/2005
Acredite, eles existem: homens que evitam circular com amigos porque têm medo de serem considerados gays. A “síndrome” foi confirmada por uma pesquisa.
 
Uma pergunta exclusiva para os homens. O que você faria se, um dia, um amigo chegasse, e fizesse o seguinte convite: “Quer passar uma semana em Campos do Jordão?”, conta o empresário Daniel Israel.
 
Campos de Jordão fica a duas horas de São Paulo e é um lugar que, tradicionalmente, os casais escolhem para passar a lua de mel. Você, no lugar de Daniel, aceitaria o convite do amigo?
 
“Eu não aceitaria de jeito nenhum. Romântico demais para você passar com um amigo seu”, responde o engenheiro Pedro Porto. “Amiga eu iria. Agora, amigo não”, afirma o físico Fernando Di Simoni.
 
Daqui a pouquinho a gente conta se Daniel aceitou ou não o convite do amigo. Antes disso, veja o que revelou uma pesquisa publicada em um jornal americano.
 
A pesquisa entrevistou 40 homens, entre 20 e 50 anos, em todos os estados americanos. A grande maioria, 30 deles, reconheceu sofrer da “síndrome homossexual”, ou seja, uma espécie de pânico de ser confundidos com gay.
 
Será que Daniel, que recebeu o convite do amigo para passar uns dias em uma estância turística, sofre desse mal? Só vendo como ele reagiu.
 
“Campos do Jordão? Como é que é isso? Aí ele explicou: ‘Eu tenho um hotel que eu preciso usar, porque eu entrei em um desses clubes, eu tenho que usar até a semana que vem e minha mulher não vai poder ir. Vamos a gente”, esclarece Daniel.
 
“A gente foi de carro. O hotel era isolado, com lareira. Bem romântico. Quando entrávamos em um restaurante, em um bar, a gente via que o pessoal olhava assim meio esquisito, pensando que a gente era um casal”, conta o empresário.
Segundo a pesquisa, o medo de parecer gay nem sempre é percebido pelos homens. Ele estaria no inconsciente masculino e se manifesta através de algumas regras de comportamento.
 
REGRA 1 - Ir ao bar com o amigo pode. Mas jantar a dois, só se for com mulher.
REGRA 2 - E na hora de pedir um drink, dois homens tomando cerveja pode ser, claro! Mas tomando vinho, não.
 
“Eu nunca dividiria uma garrafa de vinho com um amigo, só nós dois na mesa”, decreta o bancário Norberto dos Santos.
 
Peter e Edílson não se importam. “Somos bons amigos”, afirma Edílson. “Quem tem preconceito em relação a isso está desatualizado, no mínimo”, completa.
 
Se bater vontade de ir ao cinema em dupla com outro homem, filme romântico, nem pensar. Pode ser um de ficção ou de violência. “Não é divertido você ver um filme romântico com um amigo. É divertido você ver um filme romântico com alguém que você está tendo um romance”, comenta um jovem.
 
E mesmo assim, para não ter erro, nada de sentar coladinho. Tem que ter uma poltrona vazia no meio. “Se não é gay, então não é. Não tem que ter paranóia”, orienta outro jovem.
 
Onde será que começa esse medo de parecer gay? Daniel, então, foi convidado para uma brincadeira: ligar para os amigos enquanto a equipe de reportagem do Fantástico grava a conversa no telefone, para saber como eles reagem.
 
“Estava pensando em ir ao cinema mais tarde, você está a fim?”, convida Daniel. “Hum, hoje não dá, porque eu marquei de ir jantar com o meu pai”, responde o amigo. “E amanhã?”, insiste Daniel. “Deixa eu ver... Amanhã eu marquei de sair com uma menina”, dispensou o amigo.
 
“Estava pensando em ver um filme mais tarde, tomar um chope, o que você acha? Só a gente”, pergunta Daniel a outro amigo. “Bom você não mudou de time não, né?”, questiona o amigo. “Como assim cara? Te chamo pra ir ao cinema, tomar chope...”, rebate Daniel.“Então tá bom, vamos falar de futebol, aí então tá bom”, responde o amigo.
 
Os antropólogos americanos ouvidos na pesquisa dizem que os homens que sofrem da “síndrome gay” perdem a oportunidade de dividir com os amigos as suas intimidades, de terem amizades mais profundas.
 
Por que é importante um homem ter uma relação íntima, de amizade, com outro homem? “Porque ele está desenvolvendo melhor a sua afetividade, de modo mais completo, mais pleno. Senão a afetividade fica restrita a vida familiar”, avalia a socióloga Andréa Brandão Pupin. “É uma bobagem, um preconceito contra o homossexualismo que vigora em nossa sociedade”, encerra a questão a socióloga.

domingo, maio 29, 2005

Rapsódia em Agosto (1991)


Este filme é muito bom. O filme mais representativo sobre a Segunda Guerra que já vi, sob uma perspectiva que contrapõe as visões dos americanos e dos japoneses sobre o terror que ocorreu em Nagaski e Hiroshima, mostrando o outro lado da história que nós ocidentais pouco sabemos, mas essencialmente é um filme sobre pessoas, e é neste sentido que se aproxima os dois povos.

Lançado em 1991, Rapsódia em Agosto foi um trabalho de Akira Kurosawa que acabou servindo como reconciliador entre o cineasta e o público e crítica japoneses.
Kurosawa toca em uma ferida antiga: o trauma intransponível do ataque nuclear norte-americano os cidades de Nagasaki e Hiroshima, em agosto de 1945.
O diretor apresenta uma reflexão sobre o choque entre o presente e o passado, representado por uma sobrevivente de Nagasaki, que é convidada por parentes americanos a fazer uma viagem ao Havaí.
Enquanto ela vê o convite como uma recordação de toda a desgraça que viu e passou, seus netos ficam eufóricos. Como acontece aqui no Brasil também, os garotos se "fantasiam" com roupas dos EUA, só querem saber da cultura americana, entre outras coisas.
Para mostrar seu repúdio pela violência inata do ser humano, Kurosawa abusa das metáforas. Rapsódia em Agosto, sem a menor dúvida, é um dos filmes mais sensíveis e tocantes sobre a segunda Guerra Mundial.
Sem ser falsamente cult, eu recomendo que você caro único leitor amigo assita aos filmes do Kurosawa, uns dos cineastas mais sensíveis do século XX.
Posted by Hello

¿Quién Muere?

Pablo Neruda

Muere lentamente quien se transforma en esclavo del hábito, repitiendo todos los días los mismos trayectos,
quien no cambia de marca, no arriesga vestir un color nuevo y no le habla a quien no conoce.
Muere lentamente quien hace de la televisión su gurú.
Muere lentamente quien evita una pasión, quien prefiere el negro sobre blanco y los puntos sobre las "íes" a un remolino de emociones, justamente las que rescatan el brillo de los ojos,sonrisas de los bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.
Muere lentamente quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo, quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño, quien no se permite por lo menos una vez en la vida, huir de los consejos sensatos.
Muere lentamente quien no viaja, quien no lee, quien no oye música, quien no encuentra gracia en si mismo.
Muere lentamente quien destruye su amor propio, quien no se deja ayudar.
Muere lentamente, quien pasa los días quejándose de su mala suerte o de la lluvia incesante.
Muere lentamente, quien abandona un proyecto antes de iniciarlo, no preguntando de un asunto que desconoce o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.
Evitemos la muerte en suaves cuotas, recordando siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor que el simple hecho de respirar.
Solamente la ardiente paciencia hará que conquistemos una espléndida felicidad.

sábado, maio 28, 2005

Saindo do Armário

Esse texto é do Alexandre Cruz Almeida. Você caro único leitor amigo lembra que já postei outros textos dele. Muito bom.

Saindo do Armário
Alexandre Cruz Almeida

Os humanos, enquanto manada, são lamentáveis. Individualmente, alguns prestam.
 
A melhor maneira de desentocá-los? Se mostrar.
 
Uma de minhas melhores amigas disse me admirar por minha abertura. Que a coisa mais digna de nota na minha personalidade era essa capacidade de me abrir para as pessoas e para o mundo, não ter medo de me mostrar. Eu ri. Aquilo era como me elogiar por ter dois braços, algo inerente a mim e totalmente fora do meu controle. Ao que ela respondeu, sempre muito lógica, que ela admirava não as minhas qualidades que me custavam ou não esforço, mas as minhas qualidades que ela jamais conseguiria ter.
 
Eu me mostro porque preciso. Eu me mostro porque é assim que eu sou. Mais do que tudo, eu me mostro porque esse é o melhor jeito de conhecer quem está a minha volta. Escancarando de vez.
 
Quando eu era adolescente, meu grande sonho era ser homossexual só pra poder sair do armário. Imagina, que delícia, soltar a franga em um daqueles natais com trocentos familiares. É isso mesmo, vovó Leotildes, eu gosto de chupar pau. É, titia Cleonice, eu sou que nem a senhora, gosto de uma jeba entrando em mim. Infelizmente, eu não só era irremediavelmente heterossexual como ainda tinha uma família mínima: o showzinho, se houvesse, teria que se restringir ao meu pai, minha mãe e minha irmã.
 
Os homossexuais que saem do armário merecem nossa inveja e admiração: eles passam por um momento de revelação quase religioso em sua intensidade. Ao mesmo tempo, ponto de ruptura e ponto de teste. Nessa hora, com um único gesto, você conhecerá todos seus amigos e parentes.
 
Algumas pessoas têm medo de se mostrar. O que minha mãe vai pensar? Será que a tia Maricota vai achar ruim? E se eu perder amigos?
 
Mas, caramba, o objetivo é justamente esse!
A melhor coisa de se mostrar é se livrar daquelas pessoas que nunca foram realmente suas, aquelas pessoas que amam mais seus próprios preconceitos do que você, aquelas pessoas que, por força das convenções vigentes, simplesmente não vão mais conseguir te amar e te aceitar. Deixe elas seguirem viagem. Quem se importa com elas?
 
Eu tento me concentrar em quem vale a pena.
Em um primeiro grupo estão aquelas pessoas que me amavam e continuam me amando, que me aceitam e sempre aceitaram.
 
Ainda mais valiosas são as pessoas que me amam apesar dos seus preconceitos, que me aceitam apesar de eu ir contra tudo o que acreditam. Essas diferenças de opinião não importam para esses meus heróis. Nosso amor transborda e cobre os preconceitos, inunda as normas vigentes, afoga as convenções, varre do mapa as mesquinharias.
 
Por fim, meu grande prazer é descobrir iguais onde menos espero. Pessoas que eu nem conhecia, com as quais eu nem falava, por quem eu não dava nada de repente se revelam, apertam minha mão e me oferecem seu apoio irrestrito. E eu penso: mas como?, você também é assim?, você também gosta disso?, e a gente se conhece há tanto tempo, não é?, quem diria!
 
As primeiras pessoas já eram e continuam sendo os pilares de sustentação da minha vida e da minha sanidade.
 
As segundas me ensinam todo dia lições profundas de maturidade e amor. Porque, no fim das contas, se existe maturidade e se existe amor, pouco importa quem é comunista ou capitalista, monogâmico ou poligâmico, ateu ou crente.
 
As terceiras enriquecem a minha vida e compensam todas as que foram embora. Por serem semelhantes a mim, são o espelho onde me vejo, a experiência em que me baseio, o padrão no qual me meço.É ao me revelar que descubro que vai bailar comigo e quem vai se encostar na parede?
 
É ao me mostrar que descubro quem vai me dar as mãos nessa viagem e quem vai estancar na encruzilhada.Não tenho medo de rejeição.
 
Ser rejeitado pelas pessoas pequenas só faz bem. Os pequenos se afastarem de mim por conta própria me poupa o trabalho de espantá-los a pauladas.
 
Troco alegremente a rejeição dos pequenos pela aceitação dos grandes.
 
Não me incomodo de ser um eremita, mas gostaria muito de comer regularmente.

I believe I can Fly!

Resolvi postar essa música. Acreditem se quiser é de um rapper, mas na verdade é meio soul. A letra é bem legalzinha. Hoje realmente acho que posso voar e tocar o céu. Basta eu acreditar, que não há nada que eu não possa ser ou fazer.
:)

"I Believe I Can Fly"
R. Kelly

I used to think that I could not go on
And life was nothing but an awful song
But now I know the meaning of true love
I'm leaning on the everlasting arms
If I can see it, then I can do it
If I just believe it, there's nothing to it
I believe I can fly
I believe I can touch the sky
I think about it every night and day
Spread my wings and fly away
I believe I can soar
I see me running through that open door
I believe I can fly
See I was on the verge of breaking down
Sometimes silence can seem so loud
There are miracles in life I must achieve
But first I know it starts inside of me,
If I can see it, then I can do it
If I just believe it, there's nothing to it
Hey, cuz I believe in me,
Hey, if I just spread my wings
I can fly

sexta-feira, maio 27, 2005

Crítica de arte

O céu hoje está acinzentado, com clima de outono. Acordei cedo sem motivos. Olhei a pilha dos 6 livros que tenho que ler até segunda. Folhei-os. Notei que eram muitas páginas. Foi nessa hora que vi um livro de crônicas do lado. Comecei a lê-lo. Não que não tivesse o lido antes. Mas li de novo. É impressionante como ler crônicas me faz bem. Até a melancolia que senti ao acordar, havia sumido. Acho que o cotidiano alheio sempre me faz lembrar coisas sobre mim mesma. Tudo bem que as cenas da vida alheia são freqüentemente mais interessantes que a minha.

De qualquer forma, lembrei de algo curioso. Quando eu era criança, uma vez perguntaram-me o que queria ser quando crescesse. Parei e pensei em dizer:

- Quero ser crítica de arte.

Sabia que me perguntaria:

- Como crítica de arte? Por que não bombeira, médica, professora, alguém do circo?

Então, pensei que responderia:

- Gostaria de passar os meus dias lendo livros, vendo filmes, indo a exposições e a desfiles de moda. Depois chegaria em casa e escreveria o que eu achei das coisas. Todos me leriam e diriam que não haviam pensado isso. Claro, que eu saberia que havia escrito exatamente o que todos pensavam. Mas eles não eram críticos de arte, não poderiam dar sua opinião assim, não teriam credibilidade.

Então, depois desses 2 segundos e meio que passara pensando. Disse:

- Quero ser engenheira.

Todos me olharam com uma cara de aprovação. Não me questionaram porque. Claro, havia dito algo que era esperado eu dizer.

Então, fui para o meu quarto fingir que era crítica de arte. Peguei o jornal, olhei os filmes e dei meus pareceres.

Passaram-se alguns anos. Mais do que gostaria. E ainda me perguntam qual a profissão que quero ter. Então eu penso: crítica de arte. Mas respondo:

- Quero trabalhar na área que estudei. Logo, qualquer coisa dentro de Relações Internacionais.
Todos me olham com a mesma aprovação. Depois, vou para o meu quarto brincar de ser escritora.

A vida é estranha

É estranho pensar que as pessoas andam pela vida a procura de serem e parecerem ser algo que não são. Sempre querendo mostrar como são felizes ou bem sucedidas. Mas na verdade, a maioria das vezes choram quando ninguém as vê. Não querem demonstrar que são humanas, que passam por problemas, que a vida não é assim tão fácil, que estão tristes, magoadas ou frustradas. Sentem-se confortáveis, seguras e protegidas por de traz dos sorrisos falsos.

Contudo, o mais estranho mesmo, é observar como as pessoas reagem quando resolvemos ser verdadeiros. Ninguém quer ouvir que o outro tem problemas, ou que está triste. Simplesmente dizem que você é ótimo, perfeito e não tem motivos para estar assim, resumindo é frescura. Mas se você expõe algum dos motivos da tristeza, logo há uma competição por quem tem mais problemas ou motivos para estar deprimido. O curioso é que parece que a dor do outro é sempre menor que a nossa, não importa se nós quebramos uma unha e o outro tem motivos reais para se deixar abater.

Mesmo se nós cultivamos a preocupação com o outro, tem que ser algo unilateral, sem esperar que o outro faça o mesmo para com você. Porque do contrário, sempre se termina magoado, não importando o quanto o outro goste de você, ninguém nunca age como nós gostaríamos que o fizessem. As pessoas só são como elas são. E se você caro único leitor amigo quiser amar alguém vai ter que aceitar que não se pode esperar do outro o que você faria para você.

quinta-feira, maio 26, 2005

A prisão da verdade

Na trilogia sobre as prisões dos seres humanos, Alexandre expõe a monogamia, texto já postado neste blog, a verdade e o patriotismo. Hoje postarei o texto sobre a verdade. Achei bem interessante, mesmo ainda estando acorrentada a necessidade da verdade e da intensidade. Por sinal, acho que as minhas prisões não seriam a monogamia, o patriotismo e a verdade, mas sim: a VERDADE, a INTENSIDADE e a PERFEIÇÃO.

Para quem quiser conferir outros textos do jornalista:
www.liberallibertariolibertino.blogspot.com

A Verdade
Alexandre Cruz Almeida

A verdade? A verdade é uma piada, a verdade não vale uma gota de porra. Pela verdade, já se matou e morreu, e pra quê? A verdade sem felicidade vale alguma coisa?
A verdade é inimiga do homem.

O homem mais feliz do mundo, que sabe tudo o que há pra se saber, que voa entre as nuvens como os urubus, que fuma, bebe e cheira sem se preocupar com o dia de amanhã, que come todas as mulheres que deseja, e sem camisinha, que utilidade pode ter pra ele a verdade? Por que ele quereria saber que, na verdade, está sentado no pátio de uma clínica, que ele baba e que a baba escorre viscosa pelo seu ombro esquerdo e que ele nem mesmo tempo controle de seu intestino, e que um enfermeiro mal pago limpa sua merda três vezes por dia enquanto suspira e pensa em sua namorada, no Grajaú? O que adianta uma verdade que não leva a nada? Quem lucra com essa verdade?
A verdade torna-se útil somente quando instrumento para atingir a liberdade e a felicidade. Boa por si só, intrinsecamente boa, isso ela nunca é. Mas, quase sempre, a verdade é sua própria justificativa e seu próprio fim, e leva apenas a mais e mais verdade. Nos ensinam que a verdade é boa, independente das conseqüências.
A verdade é uma armadilha.
Quando parei de me preocupar com a verdade, senti os grilhões se quebrarem. Só quando parei de me perguntar: ela está falando a verdade? será que ele mentiu?, consegui realmente me abrir para o mundo. E daí que mintam pra mim? A outra grande libertação foi me libertar de me importar. Eu não ligo. Podem mentir. Podem inventar. O que me importa?A verdade não vale nada.

O momento me importa. Me importa sentar com uma amiga e me deliciar com o que ela conta sobre a noite anterior. E todos os detalhes sórdidos. E o sexo. E gosto que ela veja meu pau duro, e gosto de ver que ela está gostando de me ver de pau duro, e por isso vai acrescentando mais detalhes, e ela conhece minhas taras e fetiches, sabe apertar os botões certos, e ela conta como seu parceiro tinha lambido seus pés e que não há nada melhor do que um homem que sabe lamber os pés da gente, e, cretina, ela sabe que eu sonho em lamber e beijar seus pés, estava há dois meses tentando levá-la pra cama, e por isso mesmo ela me provoca, mais e mais, e eu me perco no momento, nado em seu olhar de malícia cruel, me espreguiço na pulsação da minha ereção e me escavo pra dentro daquela noite, me imagino no lugar do outro homem, transando com uma mulher tão sexy, e me imagino na cabeça de minha amiga, se deliciando em me atiçar, e vou assim pulando de personagem em personagem, uma hora sou ela na cama com outro homem, saboreando tê-lo aos seus pés, outra hora sou ele, na cama com ela, excitado por estar finalmente a sós com a mulher que ele cortejava há 14 anos, outra hora sou ela, ao meu lado, que me conhece bem, contando apenas os detalhes que sabe que mais me excitam, esticando-os, tirando seu leite, me olhando com olhos perversos, me excitando para o que sabe que nunca me dará, ou então me preparando para o que está ávida para me dar, ainda não sei, vivo no presente, e logo volto a mim, e sou de novo o Alexandre, que ouve a história com excitação e sem critério, que se perde no momento.

E, depois disso, uma amiga que estava ao meu lado, uma amiga que, por sua vez, queria ME levar pra cama, uma amiga que tinha acompanhado enciumada e atiçada toda aquela cena (que foi mais discreta do que fiz parecer, mas mulher repara, óbvio, sempre) e minha amiga disse, entre os dentes, irritada, que era óbvio que aquela história era inventada. Alexandre, ela só está querendo te atiçar!

Esse comentário já é tão alienígena pra mim que sinto dificuldade até de compreendê-lo. Me libertei da prisão da verdade há tanto tempo que me espanto de ver quanta gente ainda anda acorrentada ao chão. E as pessoas, claro, também se assustam comigo quando digo que não me interessa se é verdade ou não, que nem ao menos pensei nisso, que nem ao menos considerei essa possibilidade, que não considero essa possibilidade agora nem nunca considerarei porque ela é totalmente irrelevante, totalmente simplória e mesquinha. E me olham como se eu fosse um bicho, eu sim, o simplório, o otário, o que cai em qualquer conto. E não entendem que eu não ter me questionado se a história era ou não verdade não quer dizer que engoli a história, isso também seria simplório.

O ato de contar-a-história é o fato em si, é o único fato que importa. Importa minha ereção, importam as palavras dela, importam seus olhos entreabertos saboreando minha excitação, importa seu cruzar e descruzar de pernas, importa o giro de seu tornozelo, chamando minha atenção para suas botas. O contar-a-história foi um fato concreto, foi um momento vivido no meu presente e que vai se estender do passado até a eternidade, foi um momento eterno. Só isso é concreto, o resto é abstrato.

O que me importa se, abstratamente falando, minha amiga transou mesmo com o cara daquele jeito, ou se transou de outro jeito, ou se nem transou, ou, quem sabe, até inventou o amigo, catorze anos mais velho, que sempre a vigiou com desejo, e ela, desde pequena, sabia provocá-lo e desdenhá-lo, mas, naquela semana, ele tinha subitamente ligado e ela, como estava livre (estava e não estava, estava era ativamente flertando comigo, a safada, mas tudo bem), decidiu que finalmente daria pra ele o que ele sempre quis, e agora me contava aquela história tão comum e sórdida, e ao mesmo tempo tão deliciosa.A solidez do presente é tão intensa, tão iminente, que a possível veracidade do passado some totalmente na comparação. Questionar a veracidade da história nunca me passou pela cabeça, foi uma não-questão, uma não-tentação.
O futuro sim, esse tem alguma importância. Afinal, ela me conta essa história só pra me atiçar e depois me deixar na saudade, como seu amigo ficou por 14 anos, ou para me preparar pra sexo iminente no futuro próximo?
Essa pergunta-futuro eu quase me faço. Mas não faço. Dessa etapa, também evoluí. Julgar um momento-presente e concreto com base no que pode ou não acontecer em um futuro abstrato também é uma das piores formas de prisão. Como podemos aproveitar o presente se o critério para saber se ele vale ou não a pena ainda não aconteceu?

O presente existe por si só. O futuro é o presente do amanhã, nada mais.

A liberdade é importante, mas só enquanto meio. O fim maior sempre deve ser a felicidade. Se lutamos pela liberdade, é para podermos ser felizes. A liberdade é um excelente modo de viver, mas como fim último, ela é insossa. Pra que serve a liberdade se você é infeliz?Só a felicidade realmente importa. Deixar a verdade estragar isso é um crime.

quarta-feira, maio 25, 2005

Comédia da vida privada: O Sex Shop



Caro único leitor amigo, quando sua avó dizia que “mente vazia é oficina do diabo”, ela tinha parcialmente razão. Parcialmente, porque mesmo quando estamos atolados de coisas para fazer, ainda assim achamos tempo para lembrar e até contar certos episódios esdrúxulos do nosso passado. É exatamente sobre um fato deste tipo que vou escrever hoje, vou contar a primeira vez que fui ao um sex shop.

Lá estava eu sentada na sala de estudos do cursinho pré-vestibular com mais três amigos, teoricamente estudando, e por algum motivo sem lógica comentamos sobre sexshops. E logo as feições de todos mudaram, nitidamente todos pensávamos como seria uma loja deste tipo. Nos entreolhamos e decidimos ir a um sexshop para sanar nossa curiosidade. Rapidamente alguém lembrou o endereço de uma loja do tipo.

Lá fomos nós: eu, Maria, Lúcia e Eduardo. (Os nomes dos personagens foram modificados para preservar a intimidade deles. Enfim, melhor contar a história e não contar os santos.) Maria foi dirigindo até lá, todo mundo muito animado com a travessura. Digamos que eu de verdade pensava que eu ia me ferrar, porque era a única que não tinha 18 anos ainda. Oras eu achava que era como material pornográfico, para ver tinha que ter mais de 18 anos.

Ao chegarmos lá na loja, todo mundo desceu do carro. E coincidentemente olhavam para os lados para ver se não teria ninguém conhecido que depois pudesse espalhar que estávamos em um lugar insalubre desses. Depois de tal cuidado fomos até a porta da loja. Mas adivinhem, a extrovertida Maria perdeu a cara de pau, as já tímidas e medrosas Lúcia e eu perdemos a coragem, e Eduardo disse que não entraria primeiro sozinho. Então, tomei coragem e disse para o Eduardo que se ele me deixasse entrar antes dele que mataria ele depois. Então, puxei ele pelo braço e entramos no sex shop, e logo puxamos Maria e Lúcia. Todos estávamos super sem-graças. Mas o pior ainda viria em alguns instantes.

O vendedor da loja era um velho de uns cinqüenta e tantos anos com cara de depravado e sádico. Figura bizarra. Todos ficaram com medo do cara. Não sei se ele estava com uns acessórios de couro sadôs, ou essa parte ficou pela minha imaginação fértil e meu nervosismo. Resolvemos ignorar o velho, e dar uma olhada pela loja. Mas nem conseguimos olhar quase nada, já que aquele velho ficou nos olhando e perguntando se a gente não queria isso ou aquilo. Tudo estava muito assustador.

Pior que ainda apareceu uma outra vendedora, uma loira falsa anoréxica estranhíssima. Na hora me senti um pouco mais aliviada, porque aquele cara me estava deixando amedrontada, achei que ela evitaria que o velho com cara de depravado fizesse algo. Mas de qualquer forma rapidamente dizemos que não queríamos nada e corremos daquele lugar.

O detalhe é que passamos só uns 5 minutos dentro da loja. Não olhamos quase nada. Porém, nos sentíamos muito bem de ter feito algo que “as pessoas certinhas” não fariam, nos sentimos um pouco transgressores. E essa é a história da primeira e única vez que fui a um sex shop.
Posted by Hello

Crônicas da vida privada: a crise da primeira idade

Essa semana me dei conta que falta só 1 mês para terminar a faculdade. Teoricamente isso é bom. Mas ao mesmo tempo é mais um ciclo que se encerra, o que dá muito medo. Não tenho dúvida que tenho mais medo de que as coisas não mudem do que das mudanças. Contudo isso não impede a sensação de estar perdendo algo pelo caminho, ganhando outras, mas perdendo algumas. É a mesma sensação de olhar para uma foto antiga, e não reconhecer aquele olhar ingênuo ou aquele sorriso de uma alegria simples e esperançosa.

Claro que o fato de faltar pouco tempo para o meu aniversário conta para essa fase de introspecção, já que você caro único leitor amigo que me conhece a um tempo sabe que não consigo evitar a melancolia que essa data me traz.

Pelo motivo que seja, eu fiquei a lembrar de certos fatos da minha vida, meu primeiro beijo, o primeiro dia no segundo grau, o primeiro show que eu fui, os sonhos que plantei e não colhi. Não que essas e outras lembranças que tive foram necessariamente foram boas. Mas foram genuínas e intensas, e isso é o que importa.

O fato curioso é que apesar de ainda ser uma jovem menina-garota-mulher, estou em uma crise da meia idade. Essa sensação é que os últimos dias dos anos incríveis da faculdade, que realmente foram bons, mas incríveis é exagero demais, tem me levado a querer ir a todas as festas que não fui, a precisar aprender tudo que não aprendi, a desejar beijar todos os caras que não beijei, a ter todas experiências que não vivi, a me apaixonar por uma vida que queria ter vivido e tentar realizá-la como um último feito de uma juventude, que de heróica pouco teve.

O incrível é que ainda continuo na mesma. Como sempre me sentindo aprisionada a um corpo e a uma vida que não me pertence, porém essa foi a vida que eu mesma construí, por erros e acertos próprios.

Estranho mesmo é essa minha fixação por tentar descobrir onde foram às encruzilhadas que me trouxeram a essa vida, e quais foram os outros 99 caminhos que não segui. Todavia, mais estranho mesmo é ter tanta certeza, que indiferente das vidas possíveis que teria ao tomar outros caminhos, que seria sempre eu mesma. Ou como eu gosto de acreditar que seria eu mesma com um pouco menos de defeitos e um pouco mais de experiências e erros também. Pois gosto de pensar que teria feito mais que o medo me permitiu nessa vida.

Agora é esperar que a vida adulta venha... Ou melhor: fazer a vida adulta acontecer...

terça-feira, maio 24, 2005

Monogamia

Eu li esse texto no blog do Alexandre (http://liberallibertariolibertino.blogspot.com/), que é jornalista, e o blog muito legal. Então, resolvi posta-lo. Só uns comentários esclarecedores:
1) Eu achei o texto bom, pois acho importante manter a individualidade e certa privacidade nos relacionamentos, de qualquer tipo, namoro, casamento, amizade, pais-filhos, etc.
2) Mais não acho que relacionamentos abertos sejam putaria. Não acho que ser aberto, seja sinônimo de traição, o que considero inaceitável, porque é uma questão de confiança.
3) Mas que é inaceitável essa anulação de uma das partes ou das duas para que concordem em tudo e sejam iguais e que estejam sempre junto isso também é.

A monogamia

Alexandre Cruz Almeida

É muito, muito rara uma relação monogâmica sem traições e adultérios. É uma gaiolinha bem da douradinha, mas não deixa de ser uma gaiola. Ambos os parceiros se unem porque se amam, mas também sabem, principalmente os homens, que estão abrindo mão de sua liberdade, que não é pouca coisa, pelo prazer de estar com a mulher amada. Não conheço um homem que não se casou com uma sensaçãozinha, pequena que fosse, de estar indo pro matadouro. Ele sabe que vai ganhar muito, e espera que valha a pena, mas também tem a noção exata de tudo o que está perdendo.

Realmente, acho fantástico como funcionam os relacionamentos monogâmicos que conheço: perde-se até a singela liberdade de ver o filme que se quer.

Chamo um casado pra ir ao cinema. A resposta nunca é um simples sim ou não. Das duas uma: pôxa, esse eu não posso, fiquei de ver com a minha esposa. Ou: por que não vamos ver esse outro filme?, que esse minha mulher nunca iria assistir mesmo, então esse eu posso.

Mas essas mesmas pessoas acharam esquisitíssimo quando, no carnaval, minha mulher foi acampar pra um lado e eu fui viajar pro outro. Acontece que tenho uma esposa, não uma gêmea siamesa. Não só é bom membros de um casal darem tempos ocasionais um do outro, como também ela adora acampar e eu não. Se ela não for acampar sozinha de vez em quando, nunca mais iria acampar. Ou pior: eu seria obrigado a acampar com ela. Em muitas relações monogâmicas que conheço, impera a lei do gêmeo siamês: como tudo tem que ser feito junto, as atividades que só um cônjuge gosta ou são abolidas pra sempre ou o cônjuge que não gosta é obrigado a participar delas. Só não vale desgrudar.Estamos condenados a ser livres. A liberdade consciente exige muito mais fibra e responsabilidade do que a conformidade instintiva. Mas não há outro jeito. Não temos escolha a não ser a liberdade.

Um casamento aberto dá um trabalho danado. As pessoas acham que é fácil, que é a maior putaria. Bem, é a maior putaria, mas putaria não é fácil. Como qualquer libertino sabe, uma boa bacanal demanda tremenda logística. Em um casamento aberto, baseado em liberdade e respeito mútuos, as regras não estão escritas, tudo tem que ser negociado, debatido, pensado. Um dia de cada vez.

Felicidade Realista

Mário Quintana

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais; feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se, a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

domingo, maio 22, 2005

Palavras ao vento

Hoje acordei pensando em várias coisas sem sentindo. Em como estou sentindo falta da coluna oops! da folha, minha companheira de futilidade diária. De porque as pessoas adoram perguntar quando você vai casar sabendo que você é contra casamentos. Não que seja contra as pessoas se casarem, só não consigo me imaginar nessas circunstâncias. Considerando como minha descrença em amores, ainda mais eternos, é tudo muito lógico; ainda mais se somarmos a minha percepção da hipocrisia que envolvem os casamentos, especialmente esses muito tradicionais.

Falando em relacionamentos, porque as pessoas insistem em perguntar: E o namorado? Como se algum dia já tivesse andado ostentando algum homem com tal título. Ninguém entendi a facilidade de ser solteira, ou a facilidade emocional de não se envolver ou de não dar satisfações sociais. Como se mesmo que tivesse namorando fosse andar com um homem pregado em mim 24 horas, e ainda caso levasse a algum evento da família dó-ré-mi, teria que explicar eventuais rompimentos e no dia que apresentasse outro namorado diriam que troco de namorado como de roupa. Ninguém merece esse povo! Não que um dia não pretenda pirar o suficiente para encarar um compromisso desses, mas para isso o cara realmente precisa me fazer pirar.

Às vezes sinto como as “tias velhas” ficam chocadas com alguns dos meus comentários, isso porque sequer falei algo pesado. E olha que tenho várias opiniões que deixariam até os mais libertinos constrangidos. Não que esteja aplicando alguma delas na minha vida. Infelizmente não.

Li uma uma história e fiquei pensando nisso. Vou resumir a história e depois vocês, ou melhor você caro único leitor amigo, tire suas conclusões.

Um menino que estudava em um colégio de freiras no dia da aula de educação sexual, logicamente ministrada pela freirinha especialista, perguntou a freira:

- Beijar é pecado irmã?
- Não, meu filho. Beijar não é pecado. Mas beijo é que nem ferro de passar: liga em cima, esquenta embaixo.

Mas o detalhe é a observação da narradora: Por que diabos nem todo beijo esquenta embaixo?

Outra coisa antes de fechar, porque os homens insistem nessas frases:

- Você é daqui?
- Nossa, você vem sempre aqui?
- Posso conversar com a mulher mais linda da festa?
- Meu amigo quer te conhecer.
- Vamos ali pra ficar mais íntimos?
- Sabia que sua mão indica que você vai ter muitos amores?
- Você se machucou quando caiu do céu?

Só antes de desistir (por hoje) de escrever besteiras. Alguém já teve um “first date” na vida? Eu é que sou estranha que nunca sai com alguém que não tinha nada, mas fui convidada mesmo assim, e só no primeiro encontro a gente se beija. Nossa! Agora que escrevi isso, me lembrei que mesmo tendo dado um bolo no cara, já fui convidada para um first date. Agora estou até me sentindo melhor. Não que na época o cara tenha sentido-se bem quando eu inventei alguma desculpa para não ir, e ele me pegou na mentira. Carma é uma coisa, nem menti em paz a gente pode!

Livro da semana: AMOR É PROSA SEXO É POESIA


AMOR É PROSA SEXO É POESIA

Sinopse:
Os textos de Arnaldo Jabor têm o poder de despertar, inquietar, polemizar. Ácidos, líricos, deliciosamente vorazes, estão sempre sintonizados com os assuntos que mexem com a vida dos brasileiros e brasileiras. 'Amor é prosa, sexo é poesia' reúne suas melhores crônicas sobre nossas obsessões mais íntimas; sexo e amor, família, mulheres. São 36 textos em que Jabor anuncia sem pudores sua fome de beleza em tudo; na vida, na política, no amor, no sexo. E será assim, exaltado, rodriguiano, que vai admitir um dos maiores medos; "os abismos das mulheres são venenosos, o seu mistério nos mata." A percepção de Jabor sobre linhas intangíveis, como a que separa o amor do sexo, costuma ser tão afiada quanto seus discursos anti-Bush. Mais do que o poder, ele aposta, o amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver.
Esse é um dos textos do livro. É excelente, bem escrito, eloqüente, e acima de tudo humano
Amores Mal Resolvidos...
Arnaldo Jabor
Olhe para um lugar onde tenha muita gente, uma praia num domingo de 40º, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade, metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte esses rostos anônimos tem um Amor Mal Resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação. Por que isso acontece ??? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto, acho que as pessoas não gastam seu amor, isso mesmo, os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba, é mentira dizer que não, uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais, mas um dia acaba e se transforma em outra coisa como lembrança, amizade, parceira, parentesco e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim. Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote, o amor tem que ser vivenciado, platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia, sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade, é preciso passar por todas etapas : atração, paixão, amor, convivência, amizade, tédio e fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores. Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste seu amor, usufrua-o até o fim, enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize, sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo, isso é que libera a gente para Ser Feliz Novamente.

Posted by Hello

sexta-feira, maio 20, 2005

O que você quer ser quando você crescer?


Para quem já não cresce mais em centímetros, algumas vezes cresce em gramas, e espera crescer em porcentagem de uso do cérebro, não que vá ultrapassar 2 dígitos, pensei muito em quem gostaria de ser quando crescer. Mas então, todo mundo gostaria de ser alguém ou ter a vida de alguém. Pensando nisso, foi iniciar a minha lista. Não que tenha ídolos, nem que admire muitas pessoas, mas com certeza invejo algumas.

1- Walter Salles. Pois é o cara nasceu rico, bonito, inteligente e talentoso, ainda por cima vive de cinema, ganha dinheiro e reconhecimento por fazer o que gosta e consegue tudo isso no Brasil. Com certeza queria ser a versão feminina do Walter Salles.
2- Audrey Hepburn. A mulher nasceu na Bélgica, era linda e definitivamente é a mulher mais elegante de todos os tempos, fez poucos filmes mas conseguiu entrar para a história do cinema, e ainda terminou sendo embaixadora da UNICEF. Cult, fina, bonita e politicamente correta.
3- Beatles. Tudo bem que é um grupo, mas quem não gostaria de ser um dos Beatles. (O Oásis que o digam!) Eles revolucionaram a música, foram certinhos e também hippies, mas acima de tudo eram talentosos. Conseguem ser ouvidos até hoje, e fazem novos fãs a cada dia.
4- Tom Jobim. Quem não gostaria de ter participado do movimento da Bossa Nova no Rio? E ter composto tantas músicas bonitas? Eu definitivamente sim.
5- Simone Beauvoir. Escritora, bacharel, existencialista, feminista, feminina e corajosa em uma época que muitas mulheres nem sequer sabiam ler ou que muito menos poderiam ser o que gostariam. Ela viveu de acordo com sua própria tese de que as opções básicas de um indivíduo devem ser feitas sobre a premissa e uma vocação igual para o homem e a mulher fundadas na estrutura comum de seus seres, independentemente de sua sexualidade. Com certeza gostaria de ter metade da sua fibra.

Definitivamente, eu queria ser um pouco de todos estas pessoas, e muito de outras mais. Mas com certeza gosto, nem que seja um pouco, da pessoa que estou me tornando. E você quem gostaria de ser quando crescer?

O mês não tem 30 dias!

Um texto para aqueles que ao checar o extrato da conta, sabem que o mês não termina no dia 30.
Luís Fernando Veríssimo
Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio. Eu tomo um remédio para controlar a pressão. Cada dia que eu vou comprar o dito cujo, o preço aumenta. Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o preção. Tô sofrendo de preção alto. O médico mandou cortar o sal. Comecei cortando o médico, já que a consulta era salgada demais. Controlei também a alimentação. Como a única coisa que tenho comido, depois do Fome Zero, é minha patroa, não tem perigo: Ela é a coisinha mais sem sal deste lado do mundo. Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico. Sério! Não sei mais o que é Real. Principalmente quando abro a carteira ou pego extrato no banco. Não tem mais um real. Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas: Sabe aquele carro? Esquece! Aquela viagem? Esquece! Tudo o que o barbudo prometeu? Esquece! Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time: nas últimas. Bem, carioca é assim mesmo , já nem liga mais para bala perdida. Entra por um ouvido e sai pelo outro ...

quinta-feira, maio 19, 2005

Viva o Estado Laico!

Até ler o jornal de hoje, não tinha me revoltado com nada, até ver algo que me lembrou do país provinciano que frequentemente o Brasil se assume como. Mas, li algo que salvou o dia. Vou postar um pedaço da matéria.
Lei contra "pílula do dia seguinte" é inconstitucional, diz procuradoria
Folha de São Paulo
O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e bispo auxiliar de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, disse que as medidas adotadas pela União "preocupam" a Igreja Católica, que considera a "pílula do dia seguinte" abortiva --prática considerada crime no país.
Segundo o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, a "indicação de que tais medicamentos são abortivos" estão ligadas ao "credo religioso" e não têm "qualquer fundamentação científica mais séria". "O Estado brasileiro é laico e garante aos nacionais os seus direitos independentemente de convicção religiosa", escreve.
Comentário pessoal: Ainda existe gente sensata neste país - Hey!Hey! Pinho é meu novo rei!
Pena que o Severino não pense assim. Oops! Será que ele pensa antes de falr?

FIZERAM A GENTE ACREDITAR

Depois de um dia calada, ainda não tenho nada a dizer. Não tenho nehuma música na cabeça, nenhuma crítica social, nenhum fato engraçado, muito menos pensamentos otimistas, digamos que estes são que se esvaem primeiro, talvez um pouco de mau humor somente. Digamos que estou em dias de total falta de inspiração, é nessas horas que invejo os que tem dons artísticos, pois agora nada tenho a contribuir.
Mas de qualquer forma, vou postar um texto que recebi por e-mail. Muito bom. Dizem que é do John Lennon, mas tenho minhas dúvidas, já que na internet, tudo se transforma e distorce. Se for dele mesmo, ótimo, só reforça ele ser meu "Beatles" favorito.
;)
Fizeram a gente acreditar
John Lennon
"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é sómais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos compersonalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejosforade hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"

terça-feira, maio 17, 2005

Quase sem querer

Hoje depois de uma longa noite de insônia. Repensei muitas coisas sobre a vida. É incrível como mesmo pessoas céticas passam por coisas na vida que põem em cheque essa tendência natural a duvidar do que não se pode provar. Vamos passando pela vida e se tivermos humildade em observar os pequenos toques que algo maior que nós nos oferece, percebemos que o universo em toda sua complexidade caminha para ser uma esfera perfeita. Tudo se encaixa e só acontece na hora exata, nem antes nem depois.
Não que tenha perdido minha crença na atitude, na busca, na luta, no merecimento, em se dedicar e batalhar por nossos objetivos. Ainda acho que nada cai do céu. Porém, vários pequenos fatos reavivaram a minha crença em algo metafísico. Pois mesmo querendo abraçar o mundo com os braços, pressa e intensidade, e batalhando para isso, nada acontecia. De repente quanto tudo parecia tão obscuro e sem sentido, acontecem coisas que põem tudo nos eixos, trazem esperança e fé na vida, nas pessoas e em nós mesmos.
;)
Quase sem Querer
Legião Urbana
Tenho andado distraído, Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber
Tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você...

segunda-feira, maio 16, 2005

ANOS 80

Depois da festa Biovinil, fiquei só pensando no rank dos anos 80. Então esse é o meu:

Filmes (categoria mais difícil): “Dirty Dance”, “Stand by me”, “Curtindo a vida a doidado”, “ET: o extraterrestre”, “Os Goonies”, “Karatê Kid”, “Flashdance”, "Embalos de sabado a noite", “Grease” e “Footloose”.

Seriados: “Super Vicky”, “Flipper”, “Profissão Perigo: MacGyver”, “Armação Ilimitada” e “Alf – o ET teimoso”.

Bandas/cantores: “A-ha”, “New Order”, “Madonna”, “Pet Shop Boys”, “Roxette”, “Tears for Fears”, “Queen”, “Trem da Alegria”, “Balão Mágico”, “Michael Jackson”, “Toquinho”, “Menudos” e “Dominó”.

Desenhos: “Os smurfs”, “Caverna do Dragão”, “He-man”, “She-ra”, “Cavalo de Fogo”, “Meu querido Poney”, “Moranguinho”, "thundergates" e “Ursinhos Carinhosos”.

Brinquedos: “puf”, “mola maluca”, “playmobil”, “minha cecezinha (aquela bike rosa com cestinha), “Pogobol”, "banco imobiliário" e “Aquaplay”.

Atores: “Kiefer Sutherland (impressionante como ele está em todos os filmes!)”e “Kevin Bacon”.

Atriz: Jeniffer Grey, num lembro de outra não.


Devo reconhecer minha de dificuldade em escolher. Muitas opções, muitas lembranças e muitos esquecimentos. Digo o que mereceria ser uma categoria: os penteados, as roupas, os filmes de terror, novelas, programas infantis, entre outras breguices.

A FLOR DA PELE

Olá! Hoje acordei muito pensativa e nostálgica sobre a vida. Deu-me uma saudade incontrolável dos que se foram, dos que estão longe, dos que estão perto, da minha infância, do passado, do futuro que ainda não vivi, dos sonhos que plantei e não colhi, de mim mesma...

Talvez pela nostalgia me lembrei que uma vez fui perguntada se era uma menina ou uma mulher... Parece estranho, mas na hora não soube responder. Hoje, tudo é tão mais claro, pois tenho a certeza que existe em mim, uma multiplicidade de seres: uma menina de 5 anos com medo do escuro, uma adolescente indecisa com ganas de viver, realizar e sem paciência de esperar, uma mulher de 40 anos bem resolvida e segura, e uma velha de 70 anos frustrada com a vida e de tão magoada que foi não acredita mais no amor, na vida, no futuro e nas pessoas...

Um pouco depressivo, mas é como me sinto, aprisionada por um corpo que não mais reconheço, com marcas que ainda estão abertas, e com uma mente pesada demais para os poucos anos que tenho.

Para fechar o post, essa música do Zeca Baleiro que por tantas vezes me identifiquei ao ouvir.


Flor da pele
Zeca Baleiro



Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele que teu olhar pela janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele que meu desejo se confunde com a vontadede de não ser
Ando tão à flor da pele que a minha pele tem o fogo do juízo final
Um barco sem porto sem rumo, sem velaCavalo sem cela
Um bicho soltoUm cão sem donoUm menino bandido
Às vezes me preservo outras suicidoÀs vezes me preservo noutras suicido
oh sim, eu estou tão cansadomas não prá dizer que eu não acredito mais em você
eu não preciso de muito dinheiro graças a Deus
mas vou tomar aquele velho navioaquele velho navip
um barco sem rumo, sem porto, sem velacavalo sem sela
um bicho solto, um cão sem dono, um menino bandido
às vezes me preservo noutras suicido

domingo, maio 15, 2005


Nossa, hoje eu já postei um texto. Mas não resistir a postar uma foto e um comentário sobre a série The OC. Eu amo! E passei mal vendo o último episódio da 1ª temporada, mesmo sabendo tudo que ia acontecer, eu chorei pra caramba.

Sinopse:Theresa decide ter o bebê depois de se aconselhar com Kirsten. Caleb está a beira da falência, mas não conta a Julie. Ryan decide voltar para Chino com Theresa. Seth, Summer e Marissa tentam encontrar uma forma para Ryan não partir. Caleb e Julie se casam e vão morar numa mansão cinematográfica. Todos estão arrasados com a partida de Ryan, principalmente Seth, que decide fazer uma viagem com seu veleiro. Marissa volta a beber.

Essa é a música que tocava quando Marissa e Ryan dançavam para se despedir. Muito linda, por isso, eu chorei.

Maybe I’m amazed
JEM

<
Maybe I'm amazed at the way you love me all the time
Maybe I'm afraid of the way I love you
Maybe I'm amazed at the way you pulled me out of time
And hung me on a line
Maybe I'm amazed at the way I really need you
Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl
Who's in the middle of something
That she doesn't really understand
Maybe I'm a girl and maybe you're the only man
Who could ever help me
Baby won't you help me understand
Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
Right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you
Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl
Who's in the middle of something That she doesn't really understand
Maybe I'm a girl and maybe you're the only man
Who could ever help me Baby won't you help me understand
Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
Right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you



Posted by Hello

RESSACA

Olá! Hoje estava lendo uns textos do Luis Fernando Veríssimo, daí achei que este que postei abaixo tem muito haver com o dia de domingo. Não que eu esteja de ressaca ou qualquer coisa do tipo. Porque como eu digo , eu tenho classe e não fico bêbada e nem de ressaca. Mas digamos que não existe um ser humano que não tenha passado por isso nem que seja uma vez na vida. Do contrário, essa pessoa não foi jovem!
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RESSACA
Luis Fernando Veríssimo

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Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem. As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo.
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais - golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconseqüentes, literalmente. Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação. A cuba-libre ganhava sempre. Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.

Jurava que nunca mais ia beber, mas, antes dos trinta, "nunca mais" dura pouco. Ou então o próximo sábado custava tanto a chegar que parecia mesmo uma eternidade. Não sei o que a cuba-libre fez com meu organismo, mas até hoje quando vejo uma garrafa de rum os dedos do meu pé encolhem.
Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir. Mas no estado em que chegava nem sempre conseguia completar a operação. Às vezes dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.

Por exemplo:
Um cálice de azeite antes de começar a beber -- O estômago se revoltava, você ficava doente e desistia de beber.
Tomar um copo de água entre cada copo de bebida -- O difícil era manter a regularidade. A certa altura, você começava a misturar a água com a bebida, e em proporções cada vez menores. Depois, passava a pedir um copo de outra bebida entre cada copo de bebida.

Suco de tomate, limão, molho inglês, sal e pimenta -- Para ser tomado no dia seguinte, de jejum. Adicionando vodca ficava um bloody-mary, mas isto era para mais tarde um pouco.
Sumo de uma batata, sementes de girassol e folhas de gelatina verde dissolvidas em querosene -- Misturava-se tudo num prato pirex forrado com velhos cartões do sabonete Eucalol. Embebia-se um algodão na testa e deitava-se com os pés da ilha de Páscoa. Ficava-se imóvel durante três dias, no fim dos quais o tempo já teria curado a ressaca de qualquer maneira.

Uma cerveja bem gelada na hora de acordar -- Por alguma razão o método mais popular.Canja -- Acreditava-se que uma boa canja de galinha de madrugada resolveria qualquer problema. Era preciso especificar que a canja era para tomar, no entanto. Muitos mergulhavam o rosto no prato e tinham de ser socorridos às pressas antes do afogamento.

Minha experiência maior era com a cuba-libre, mas conheço outros tipos de ressaca, pelo menos de ouvir falar. Você sabia que o uísque escocês que tomara na noite anterior era paraguaio quando acordava se sentindo como uma harpa guarani. Quando a bebedeira com uísque falsificado era muito grande, você acordava se sentindo como uma harpa guarani e no deposito de instrumentos da boate Catito's em Assunção.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma.

Ressaca de martini doce: você ia se levantar da cama e escorria para o chão como óleo. Pior é que você chamava a sua mãe, ela entrava correndo no quarto, escorregava em você e deslocava a bacia.

Ressaca de vinho. Pior era a sede. Você se arrastava até a cozinha, tentava alcançar a garrafa de água e puxava todo o conteúdo da geladeira em cima de você. Era descoberto na manhã seguinte imobilizado por hortigranjeiros e laticínios e mastigando um chuchu para alcançar a umidade. Era deserdado na hora.
Ressaca de cachaça. Você acordava sem saber como, de pé num canto do quarto. Levava meia hora para chegar até a cama porque se esquecera como se caminhava: era pé ante pé ou mão ante mão? Quando conseguia se deitar, tinha a sensação que deixara as duas orelhas e uma clavícula no canto.
Olhava para cima e via que aquela mancha com uma forma vagamente humana no teto finalmente se definira. Era o Peter Pan e estava piscando para você.

Ressaca de licor de ovos. Um dos poucos casos em que a lei brasileira permite a eutanásia.
Ressaca de conhaque. Você acordava lúcido. Tinha, de repente, resposta para todos os enigmas do universo. A chave de tudo estava no seu cérebro. Devia ser por isso que aqueles homenzinhos estavam tentando arrombar a sua caixa craniana. Você sabia que era alucinação, mas por via das dúvidas, quando ouvia falar em dinamite, saltava da cama ligeiro.

Hoje não existe mais isto. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem-dispostas e fazem até piadas a respeito.

De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo.
Estivemos no inferno e voltamos, inteiros.

Um brinde.
E um Engov.

sábado, maio 14, 2005

Livro da Semana


Essa semana estava vendo algum desses programas genéricos de entrevistas com um grupo de pessoas que não tem nada a ver, mas que entrevistam outras. Daí tinha uma jornalista sendo entrevistada, a Milly Lacombe, que é da revista TPM, que devo reconhecer que li essa revista umas 2 vezes na vida só.

O que eu achei interessante que ela escreveu um livro, Segredos de uma lésbica para homens, para dar dicas aos homens, na hora achei meio esdrúxulo uma lésbica dando conselhos para homens. Depois ao saber um pouco do livro, achei um máximo!

Então, mesmo sem ter lido, vou recomendar aos homens de plantão, considerando que a maioria dos homens (Coitados!) precisa de uma dicas para conquistar uma mulher. Vai dizer que tem muito homem por aí sem noção. Não sei qual a dificuldade em usar o básico sem clichê: "Oi tudo bem? Eu sou fulano... Qual é o seu nome? Está gostando da festa? Quer dançar? Você é muito bonita! (nem que seja um exagero). O que você faz da vida?". Claro pergunta e mostra interesse para ouvir. Porque pior do que cantada, tipo “você machucou quando caiu do seu céu?", é um cara que não ouvi o que a mulher fala.

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sexta-feira, maio 13, 2005




Aquelas camisetas NO STRESS me irritam ou melhor me estressam!

Sinto que elas me reprimem, como se não pudesse ficar estressada. Com tanta coisa que acontece na nossa vida, temos o direito de ficar estressados.

O mais curioso é que essas pessoas da camiseta são aquelas que faltam matar o outro no trânsito. Vai dizer que você nunca viu um carinha com essa camiseta dirigindo como se fosse um piloto de fórmula 1 nas ruas de Brasília e xingando os outros.

Por isso eu sou a favor da camiseta YES STRESS! Nada de engolir sapo a seco, libere as suas emoções.

Importante: mas não precisa descontar suas frustrações nos outros. Entretanto, deve-se ser coerente, se você está entalado de tanta raiva para quer ficar sorrindo como se tudo tivesse ótimo. Tenha dó!

Agora, há essa onda de ter que ser zen, magro, saudável, feliz, inteligente, politicamente correto, etc.

Então, estou lançando a campanha: Ficar estressado é um direito meu!

Adote esta campanha, abandone a hipocrisia do sorriso colgate o tempo todo. Sorriso faz bem só quando a gente quer sorrir.

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quinta-feira, maio 12, 2005

Liberdade, Igualdade, Fratenidade e FODA-SE

Esse texto do Millôr é tudo, especialmente porque rola uma identificação. Tá negando? Como se eu não soubesse a peça que você é.
Por sinal, esse texto me lembrou muito uma amiga. É vc mesma! Não adianta disfarçar que você sabe quem é.
É por essas cosias que eu relevo o Millôr ser machista. Quem tem talento é assim, quem não tem, publica texto alheio.
NOVO VOCABULÁRIO
Millôr Fernandes
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem.
O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência.Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por ílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo.Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poderde definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo?Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.


Hoje me deparei com a constante da vida. É difícil quando é próximo a você, no entanto é mais difícil ainda quando é mais próximo de quem você ama. Talvez porque seja incapaz de jogar fora assim as minhas lágrimas que não consiga lidar com as lágrimas alheias. Não que seja covardia, mas apenas prefiro esperar o tempo passar, e não anunciar assim o que eu sinto.

Com isso, terminei a noite como em muitas outras, a ver minha caixa de Pandora. É todo mundo tem a sua. Com cartões, cartas, fotos, lembranças de um passado que não mais existe. Foi no meio deste embaralhado de sensações que redescobrir umas besteiras que escrevia quando era criança. Achei tão estranho, pois não reconhecia sequer a caligrafia, muito menos a inocência, a única coisa que parecia familiar era o tom melancólico.

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Reflexão sobre os relacionamentos atuais

Hoje eu recebi esse texto por e-mail, achei bem legal, então resolvi postá-lo. Ele foi escrito por uma pessoa de muita garra, pois conseguiu enfrentar uma paralisia definitiva na adolescência com uma maturidade invejável.
Visitem o blog dela: www.carlinhaematenas.zip.net

Reflexão sobre os relacionamentos atuais
Carla Limp

O que pode ser mais complicado do que tentar explicar como as pessoas se relacionam atualmente? Talvez tentar entender o porquê da nossa geração de jovens ter mudado tanto a forma de buscar o outro, da geração de nossos pais, ou até da de nossos avós. Mas proponho o desafio:
Lembro das experiências amorosas que minha avó me contava, ou devo dizer a experiência. É, tanto minha avó como meu avô só tiveram um par na vida. E viveram juntos até que a morte os separou. Imagino como o namoro era encarado como algo sério. Como as pessoas observavam a família, os amigos, e tudo que envolvesse a vida do pretenso par antes de uma abordagem. O namoro era um compromisso, um indicativo de casamento. Hoje, o namoro, que já é algo difícil de acontecer, é um teste, uma forma de iniciação amorosa e sexual, mas sem qualquer compromisso futuro.
Na época dos meus pais, o namoro já não era indicativo de casamento, mas era a forma das pessoas se relacionarem. Para isso, os jovens tinham que se envolver mais. Apesar de ser um teste para o casamento, namorar alguém era além da troca de carinhos, uma troca de amizade e experiências. As pessoas se conheciam mais. Conheciam menos pessoas, mas as que conheciam, o faziam mais profundamente.
Minha época... Hoje definir os relacionamentos é algo complexo. Tudo acontece de forma rápida. As informações são oferecidas rapidamente, a tecnologia muda a toda hora, o mercado de trabalho é uma corrida, sendo assim, a vontade de se experimentar e provar do mundo tornou-se premente, desesperada, frenética. As pessoas querem realizar-se instantaneamente. E ironicamente os valores passaram a ser menos valorizados. A ansiedade em encontrar alguém, tornou os relacionamentos superficiais, vazios. Atualmente namorar, apesar de não ser um indicativo para o casamento, é algo que assusta. Manter compromisso com alguém é perder a oportunidade de conhecer outra pessoa que, talvez, seja melhor que esta a qual deveria estar conhecendo. O medo do compromisso impede. Para evitar o namoro foram inventadas formas de se relacionar que criam intimidade, mas não compromisso. O pré-namoro. O “ficar” é uma delas, você namora a pessoa por um período, um dia ou até uma noite, dependendo dos seus limites; o “rolo” é outra, acontece quando você “fica” varias vezes com a mesma pessoa, já é algo mais sério e há possibilidades em isso se transformar em namoro. É até engraçado, o paquera é chamado de “pega”, a nomenclatura ideal para a pessoa que você não namora, mas pega de vez em quando. A busca pelo prazer que o relacionamento trás sem se envolver, sem mostrar quem você realmente é para o outro e ter que arcar com as conseqüências de se expor, ser ou não aceito, amado, é tentador, mas perigoso.
Ficar antecipa muita coisa gostosa que vem junto com a conquista, o mistério e a maravilha que é descobrir aspectos, qualidades e até os defeitos do outro. Às vezes tudo isso é pura busca pelo prazer rápido, suprir a carência sem comprometer-se. Funciona? Sim. Mas o prazo é curto. Saímos tão vazios como entramos. Inventamos um jeito de consumir pessoas. Se nos tornarmos descartáveis, fica fácil de se relacionar sem sofrer, porque não nos sentimos rejeitados. As pessoas nos usam e nós as usamos. Seria simples se fosse possível nos comportar como objetos, mas vivemos dos nossos sentimentos, e precisamos usá-los. Suprir a carência de tal forma se torna uma rotina sem fim porque ela nunca será suprida assim. Sempre vamos querer mais. Afinal, ao ficar, na maioria das vezes, não há troca de sentimentos, apenas sensações. O ser humano precisa amar e ser amado. Trocar sentimentos. Conheço relacionamentos que começaram assim e deram certo. Sei que atualmente é muito difícil se relacionar de maneira diferente. Faço parte da sociedade e seguindo minha ética, procuro adaptar-me da melhor maneira possível para ser feliz. Mas invejo profundamente o tempo em que os valores contavam mais.

quarta-feira, maio 11, 2005

Qual é dessas bandas que apoiam o Bush?

Aproveitando que postei uma música do 3 doors down ontem, queria esclarecer que adoro o som dos caras, mas num entendo qual é a deles que apoiam a política externa do Bush no Iraque, como pessoas que escrevem letras tão sensíveis podem apoiar uma barbarie dessas. Não que concorde com o que o Oasis fala que banda tem que tocar e não se meter em política ou questões sociais, acho que pelo espaço que tem na mídia, os artisita tem sim uma função social. Mas ainda estou com a geração dos anos 70, que tem que ter responsabilidade ao usar a sua imagem. Enfim, só um desabafo.

Vou postar uma letra do cazuza, que foi musicada pelo Ney Matogrosso, q é linda.

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de chôro
Desculpa para um abraço ou consolo
Hoje eu acordei com medo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim (que não tem fim)
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás.

terça-feira, maio 10, 2005

Cúpula Árabe-Sul Americana

Olá! Ontem quando voltava para casa pensei em escrever sobre a total incompetência do GDF em se adequar às necessidades do Governo Federal. Crítica exacerbada, nem tanto já que o trânsito em Brasília está um caos por conta da realização da Cúpula Árabe-Sul Americana. Ainda dizem que se criticamos a falta de estrutura para o evento, temos que ser Argentinos invejosos. Como se precisasse ir longe para ter críticas?

Só clarificando que apoio e considero de suma importância a realização de eventos deste tipo na capital, mas tem que ter organização e respeito para com a população.

Porém, ao chegar em casa ontem e ler meus e-mails, entre eles, um dizendo que por conta da dificuldade de transitar pela cidade, o Reitor decretou ponto facultativo, logo, em um país que adora uma folga, hoje não tem aula nem expediente. Alegria!!!!!!!!!

Contudo, isso não fez eu mudar a minha opinião sobre a incapacidade do GDF. Deixo ainda meu protesto: Qual a dificuldade em divulgar com antecedências as vias que serão bloqueadas e montar desvios e outras possibilidades! Mas não tem que fechar as vias principais e as secundárias também.

Além disso, queria saber da onde saiu tanto PM que na semana passada não tinha para policiar a cidade, espero que não tenham desviado todos os policiais do DF para o eixo e o Blue True. Ou então eles estavam sempre de folga e não podiam trabalhar, a menos que houvesse os olhos da mídia internacional sobre eles. Por sinal, BSB está parecendo em guerra civil com tanta gente do exército nas ruas com aquelas bazucas.

Agora, só para relaxar, vou postar a letra de uma música que eu adoro.

When I'm Gone
Three Doors Down


There's another world inside of me

That you may never see
There's secrets in this life
That I can't hide
Somewhere in this darkness
There's a light that I can't find
Maybe it's too far away...
Maybe I'm just blind...
Maybe I'm just blind...

[chorus]
So hold me when I'm here
Right me when I'm wrong
Hold me when I'm scared
And love me when I'm gone
Everything I am
And everything you need
I'll also be the one
You wanted me to be
I'll never let you down
Even if I could
I'd give up everything
If only for your good
So hold me when I'm here
Right me when I'm wrong
You can hold me when I'm scared
You won't always be there
So love me when I'm gone
[end chorus]

Love me when I'm gone...

When your education x-ray
Can not see under my skin
I won't tell you a damn thing
That I could not tell my friends
Roaming through this darkness
I'm alive but I'm alone
Part of me is fighting this
But part of me is gone

[chorus]

Maybe I'm just blind...

[chorus]

Love me when I'm gone...

Love me when I'm gone

When I'm Gone

When I'm Gone

When I'm Gone

segunda-feira, maio 09, 2005

Você compreende um olhar?

Resolvi inaugurar o blog com um texto do Mário Quintana. Mas antes disso gostaria de esclarecer que se você pensou em Seindfeld ao ler o título, ignore este pensamento maléfico. Devo confessar que o nome que queria para o blog era "Janela da Alma" como o filme, mas alguém teve a mesma idéia antes de mim. Fazer o que. Vamos ao belo texto:

Você compreende um olhar?
Mário Quintana


Um dia descobrimos que beijar uma pessoa paraesquecer outra, é bobagem. Você não só não esquece a outra pessoacomo pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres tem instinto"caçador" e fazem qualquer homem sofrer...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhoresprovas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como o"bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nuncate liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu se tornas eternamente responsávelpor aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim... um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação...