“SAUDADE: recordação ao mesmo tempo triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las“. Aurélio
Saudade ... Palavra tão aclamada na língua portuguesa. Quem nunca disse ou ouviu com um certo orgulho que para esta não existe tradução, a saudade é só nossa. Mas eu tenho certeza que com ou sem denominação todos já sentiram seu doce amargo.
Os nostálgicos como eu concordarão que é melhor sentir saudade do que se foi do que nunca ter vivido, amado, perdido alguém ou perdido-se.
“Saudade é até que é bom, é melhor q caminhar vazio, a esperança é um dom que eu tenho em mim, não tem desespero não, você me ensinou milhões de coisas, eu tenho um sonho em minhas mãos , e amanhã será um novo dia, e eu sei que serei muito mais feliz ...” Sonhos - Caetano Veloso
Amanda é uma quase adulta, brasiliense convicta, sempre tem saudades e acha que quem nunca a sentiu boa pessoa não é.
Saudade ... Palavra tão aclamada na língua portuguesa. Quem nunca disse ou ouviu com um certo orgulho que para esta não existe tradução, a saudade é só nossa. Mas eu tenho certeza que com ou sem denominação todos já sentiram seu doce amargo.
Os nostálgicos como eu concordarão que é melhor sentir saudade do que se foi do que nunca ter vivido, amado, perdido alguém ou perdido-se.
“Saudade é até que é bom, é melhor q caminhar vazio, a esperança é um dom que eu tenho em mim, não tem desespero não, você me ensinou milhões de coisas, eu tenho um sonho em minhas mãos , e amanhã será um novo dia, e eu sei que serei muito mais feliz ...” Sonhos - Caetano Veloso
Amanda é uma quase adulta, brasiliense convicta, sempre tem saudades e acha que quem nunca a sentiu boa pessoa não é.
:)
SAUDADE
Miguel Falabella - Jornal O Globo
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;
Miguel Falabella - Jornal O Globo
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald`s;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald`s;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram maiscompridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor deum silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
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