sexta-feira, junho 10, 2005

Sexo, casamento e economia: Solidão




A FGV lançou esta semana um estudo sobre “Sexo, Casamento e Economia”. Estudo muito interessante e que na minha perspectiva revela dados de certa forma preocupantes.

Cresce a cada dia o número de pessoas solitárias no Brasil, por solitária se compreende pessoas que não têm parceiros fixos. Mas o que me preocupou foi o fato que quanto maior o nível de educação e maior a renda da mulher maior as chances dela ser solitária.

Disso consigo abstrair três coisas: 1) os homens ainda se assustam com mulheres bem resolvidas e de sucesso, e especialmente se sentem desconfortáveis em ganhar menos que suas parceiras; 2) as mulheres são estão cada vez mais exigentes, e às vezes tem dificuldades em manter relacionamentos estáveis ao mesmo tempo em que possuem grandes responsabilidades profissionais, e terminam optando pela carreira; e 3) as pessoas de forma geral estando tendo dificuldades em se relacionar, as pessoas ficam fechadas em suas conchas com medo de arriscar, e por medo de sofrerem ou se decepcionarem não se abrem a relacionamentos.

Essa pesquisa revelou ainda que Brasília é a capital das solitárias, o que de fato não me surpreendeu, mas achei depressivo mesmo assim. Eu como mulher, brasiliense, com nível superior, mais de 20 anos e solteira estou me enquadrando nestes números. Não que eu esteja ou tenha planos de casar e etc a essa altura da vida. Mas é estranho endossar números deste tipo.

Além disso, essa pesquisa foi lançada logo antes do dia dos namorados. Mesmo não acreditando em casamentos tradicionais, gostaria de passar pela experiência de ser pedida em casamento (estou de cara que escrevi isso, mas escrevi!), nem que seja para ter mais uma folha a minha futura biografia (como se eu fosse escreve-la!). Mas de qualquer forma é estranho pensar em estar só não por opção mas por falta de outras possibilidades.

Para ler toda a pesquisa acesse:
www.fgv.br/cps

Amanda Menezes é solteira, tem 21 anos, já se considera graduada, e começa a se preocupar com a solidão.


Rio e Brasília são "capitais da solidão" para mulheres


Por Guido Nejamkis

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Rio de Janeiro e Brasília são ascapitais das mulheres sozinhas no país, segundo mostrou umestudo divulgado na quinta-feira.

Essas duas cidades que, em comparação ao restante doBrasil, apresentam altos níveis relativos de educação e renda,têm cerca de 45% das mulheres sozinhas, indicou oestudo "Sexo, Casamento e Economia", elaborado pela FundaçãoGetúlio Vargas.

Brasília tem 44,32% de sua população femininavivendo sozinha. No Rio, sobe para 47,39%. Ainda nacapital fluminense, o bairro de Copacabana é a região analisadaque apresenta a maior porcentagem de mulheres sozinhas (64%). Outra cidade com índice similar de mulheres sozinhas é SãoPaulo, com 44,19%.

O estudo também mostrou que nas áreas que concentram a população de maior renda, a solidão aumenta, e que o número demulheres e homens sozinhos no país cresce de forma constante e acelerada desde a década de 1980.

1 comentários:

Anônimo disse...

O Brasileiro está ficando mais individualista e isso se reflete no relacionamento amoroso. Isso é um paradoxo, afinal, é interessante que tenhamos a posição "sou jovem, tenho toda uma vida pela frente e ainda não preciso ficar grudado em uma pessoa para ser feliz". Mestrado, doutorado, PhD, emprego... estar atrelado a uma pessoa só torna as coisas mais difíceis. Entretanto, ainda sou da teoria que chega uma certa idade (+ 30) que é necessário "quietar" com alguém. Vamos viver a vida... temos toda uma existência para passarmos ao lado de alguém, por que começar logo cedo?