domingo, dezembro 27, 2009

Balancete

Olá caro único leitor amigo, sei que tenho sido muito relapsa em nosso relacionamento nos últimos tempos. Mas isso não representa que não tinha nada a te dizer, bem ao contrário. Estive inundada de sentimentos, na maioria das vezes contraditórios, por várias vezes pensei em te contar o que se passava comigo. O problema é que não sabia explicar nem a mim mesma. Só que a proximidade do fim do ano me trouxe aquela vontade recorrente dessa época do ano de fazer um balancete.

Não sei se gosto do resultado final das estatísticas, no entanto, mesmo que emocionalmente sinta que nada mudou desde dezembro de 2008, racionalmente sei de coisas que fizeram este ano valer muito a pena.

Nesse momento, você me pergunta porque sinto que nada mudou. Porque nesse mesmo dia há um ano, eu pensava em ligar para alguém que já fez meu mundo girar, mas que depois só virou minha vida do avesso e me fez desidratar por tantos dias. Já faz bastante tempo que terminamos, só que não consigo deixá-lo totalmente no passado. Ele não ajuda também, some, depois manda um e-mail, some, manda uma mensagem, some, liga, some, bate na minha porta.

Só que nada muda, ele não é para mim, poderia ter sido, só que ele desistiu de fazer as coisas certas para eu ser a mulher da vida dele. E não adianta ele dizer que nunca vai existir uma mulher para ele como eu, se ele não me quis para ser essa mulher. Olha que não liguei para o orgulho, deixei para trás tantos erros para tentar de novo, só que ele não quis, mas também não quis me deixar continuar sem ele.

Você caro único leitor amigo, acha que isso não faz sentido, imagine eu. No fundo, sei que não o amo mais, mas essa história vive em mim, e muitas coisas me fazem lembrá-la. Queria poder começar uma nova história, acredito que é isso que falte para enterrar essa. Só que isso soa tão difícil na prática, nesse tempo até conheci uma ou duas pessoas que me fizeram querer conhecê-las, mas isso não evoluiu, e na verdade nem sei bem do porquê.

No fundo, a vida não está propícia para conhecer novas pessoas, ainda mais algum carinha que ache interessante. Dizem que sou seletiva demais e fechada. Até sei que sou, mas por que deveria aceitar qualquer galanteio e ficar por ficar? Especialmente, porque isso nada representaria para mim e, ainda, estaria brincando com os possíveis sentimentos de outra pessoa?

Agora, você já entende a confusão que passa pela minha cabeça nos últimos tempos, que misturados a uma solidão real, me fazem ter uma visão de saldo negativo para 2009.

Só que em 2009 coisas bacanas também ocorrem (em ordem cronológica e não de importância):

  1. Troquei de emprego, tudo bem que é um trabalho chato, mas com um salário melhor e que me deu a oportunidade de conhecer algumas pessoas bem especiais;
  2. Troquei de carro, tudo bem que isso não é grande coisa, mas é uma coisa;
  3. Planejei e vou realizar um sonho antigo, mas esse não vou te contar o que será :P
  4. Tornei-me um ser humano mais sensível aos sentimentos do outro;
  5. Passei no mestrado;
  6. Conheci umas pessoas que chocaram meu alter-ego, e espero que em 2010 possa vê-las na versão carne e osso.
E antes de 2009 acabar vou conhecer um país novo e espero que conheça, também, pessoas novas que me modifiquem para melhor.

Além disso, me resta desejar que em 2010 eu conheça alguém que faça meu coração voltar a bater descompassado e me ajude a deixar o saldo negativo desse ano em 2009.

E como sempre digo: "Desejo que o ano novo não prometa, cumpra!".

domingo, novembro 29, 2009

Kama Sutra

Certa vez me disseram que tudo que começa com rela é difícil. Acredito eu que faziam referência as palavras: relacionamento e relação. Porque neste caso, seria preciso. Já que rela-rela, de difícil nada tem nada.

Mas hoje ao lembrar disso, acho que relacionamentos não são difíceis, só são ciclícos:

Primeiro, é a cama em breve.

Depois, o kama sutra.

No final, a cama surda, quando não encoma.

Jorge Drexler - Soledad

Soledad,
Aqui están mis credenciales,
Vengo llamando a tu puerta
Desde hace un tiempo,
Creo que pasaremos juntos temporales,
Propongo que tú y yo nos vayamos conociendo.

Aquí estoy,
Te traigo mis cicatrices,
Palabras sobre papel pentagramado,
No te fijes mucho en lo que dicen,
Me encontrarás
En cada cosa que he callado.

Ya pasó,
Ya he dejado que se empañe
La ilusión de que vivir es indoloro.
Que raro que seas tú
Quien me acompañe, soledad,
A mi que nunca supe bien
Cómo estar solo.



sábado, novembro 28, 2009

Só me falta o gato

Caro único leitor amigo, tenho estado solitária na última semana. Não sei exatamente o que me trouxe essa ausência presente. Mas os indícios não são bons: dois dias seguidos que vou ao cinema sozinha. Mesmo que os filmes tenham sido incríveis, isso não é bom sinal.
Observo os cinemas: vários casais, grupos de amigos, pais e filhos. O número nada representativo de pessoas desacompanhadas costumam ser de senhoras de meia idade.
Sempre penso nessas senhoras e em uma específica. Essa senhora mora em um apartamento grande demais para apenas sua própria presença, mas cheio de quinquilharias: lembranças de viagens, a maioria de outras pessoas; fotos antigas, inclusive de pessoas que já se foram; móveis herdados de parentes mortos e comprados na juventudes; plantas, muitas plantas; um cheiro de guardado que não desimpreguina; vários bolos feitos por ela mesma; e um gato ou até vários deles.
Não gosto de gatos, mas ando temendo vir a ser essa senhora.
Será que me só me resta comprar um gato?

segunda-feira, novembro 23, 2009

Sou analfabeta

A cada dia que passa tenho mais certeza que não sei ler pessoas. Você, caro único leitor amigo, me pergunta o que seria ler pessoas. Te digo que quando lemos interpretamos todo um novo enredo, conhecemos um universo, compreendemos sinais e perspectivas.
No entanto, eu ofusco a interpretação que tenho das pessoas. Mas isso não ocorre sempre, só quando são homens pelos quais me interesso. Apesar desse grupo estar em um número extremamentente reduzido nos últimos tempos, um dia desses cruzei com um certo moço que fez minhas percepções fossem alteradas.
Muito atraente para o meu gosto peculiar, interessante no seu molde cult-alternativo, ao mesmo tempo que fofo. Nos encontramos duas vezes, parecia tudo agradável e com sintonia. Por isso, resolvi seguir os conselhos de fazer o que nunca faço que é tomar um pouco de atitude e não ficar dando uma de mulherzinha.
Como ele havia perguntado como estava minha agenda naquela semana, entendi que ele queria me ver de novo, por isso e só por isso, achei que tinha abertura para convidá-lo para sair no dia seguinte. Então, liguei, ele pareceu surpreso, mas interessado na proposta que foi aceita. Ele ficou de ligar no outro dia para definir o lugar.
Passei o dia ansiosa, esperando a bendita ligação. Caro único leitor amigo, para minha surpresa, ela nunca foi recebida.
Conclusão, eu não entendi nada da leitura que fiz dele. Porém, apesar do mal ao ego, captei bem o fora que levei.

sábado, novembro 14, 2009

Vida louca, vida...

A vida anda me surpreendendo.

Quando tudo parece óbvio, cotidiano, prevísivel, um encontro até mesmo corriqueiro inclui novas cores e traços não antes previstos a essa vida louca.

Isso é o fato mais belo da nossa existência, enquanto temos essa pretensão de que navegamos
nosso caminho, até mesmo uma suave brisa pode mudar o sentido em que somos guiados.

Os dados foram jogados novamente, veremos os resultados...

terça-feira, novembro 03, 2009

Procrastinar

Acho que é inerente do ser humano, mas muito nítido em mim mesma, a tendência a postergar, ou, no estrangeirismo, procrastinar. Basta eu ter muitas atribuições que minha vontade é deixar para depois, ver um filme, navegar na internet, ler futilidades, escrever no blog...
Essa variável é inversamente proporcional ao nível de coerção. Se vejo que não serei repreendida pelo não cumprimento da tarefa no prazo, deixo para mais tarde. O problema é que sou muito "pequena burguesa", então, no último segundo, me desespero e vou correr para cumprir o prazo. Resultado: estresse.
No entanto, você, caro único leitor amigo, pode adivinhar o que me faz querer muito fazer algo sem deixar para depois? A novidade.
Toda aquela perspectiva de um novo mundo é muito estimulante. Pena que a maioria das coisas perde o encanto muito rápido.

domingo, novembro 01, 2009

Meu mundo é hoje

“Meu tempo é hoje, eu não vivo do passado, é o passado que vive em mim” Paulinho da viola

sexta-feira, outubro 30, 2009

Desapegar

Eu queria poder não me afetar, não pensar, esquecer de vez... Mas, infelizmente, não sei me desapegar das pessoas. Não aprendi a perder pessoas pela vida. Como um dia amar e no outro ignorar?
A internet também não ajuda. Quase que por compulsão, vou lá e confiro o orkut ou cedo a tentação de enviar um e-mail. Mas nos últimos meses não tenho respostas.
Se antes era ele que me ligava, enviava e-mails, e eu que suplicava por me deixar fora dessa complicação que virara a vida dele. Hoje tem um vácuo por não saber nada dele. Por saber que não nos cruzaremos tão fácil. Muito mais fácil será nunca mais nos vermos.
Não sou mais apaixonada, nem tenho mais raiva, só que ainda não sei dizer se a mágoa sumiu, só não consigo apagar.
Queria só saber se ele está bem, se o filho nasceu, se tem seus olhos, se parece com o filho que seria nosso. Caro único leitor amigo, melhor não pensar nisso, no entanto, uma história de amor abortada é sempre um "e se"...
Estou feliz. Mais realizada profissionalmente. Muito mais madura, um crescimento forçado. Só não consegui preencher a lacuna.
Todavia, não sei se algum dia vou poder me jogar do alto sem pára-quedas de novo.

terça-feira, outubro 27, 2009

Pocket Idea

Não posso viver sem: celular, internet, tv, carro, maquiagem...

E sabe de que estou com saudades? Do feriado sem celular, sem internet, sem tv, sem carro, sem maquiagem...

Nervos de Aço

Tenho uma queda especial pelas músicas dramáticas. Quando ouvi essa música pela primeira vez, tive uma identificação imediata.

Lindíssima. E eu, caro único leitor amigo, sei o que é ter um amor, ter uma loucura por algúem, e depois encontrar esse amor ao lado um tipo qualquer...

Nervos de Aço
Compositor: Lupicínio Rodrigues
Interprete: Paulinho da Viola

"Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Ao lado de um tipo qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do meu pode ser
Há pessoas com nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sinto é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor"

sábado, outubro 24, 2009

Mestrado...

Hoje, sou uma nova mestranda orgulhosa de si mesma. Mas, principalmente, sou o próprio retorno da minha teoria sobre o universo.
Quando algumas coisas deram errado para mim, pensei que não deveria maldizer o mundo (apesar de tê-lo feito), porque isso deveria significar que o universo sabe algo que eu só poderia prever ou nem isso.
Enfim, a loucura é minha. Só que a teoria concretizou-se.
Há quem me conte que o mestrado gere traumas. Porém, esse fim-de-semana vou só por a mochila nas costas e aproveitar a conquista e as novas companhias.

domingo, outubro 18, 2009

O que te faz feliz?

Uma conversa casual com um amigo trouxe a tona essa pergunta: o que te faz feliz?
Ele dizia-se uma pessoa que não era feliz, mas não sabia o que lhe faria feliz. Não sabia o que almejar para o futuro que seria capaz de mudar esse contexto.
Seu irmão, certa vez, lhe disse que o problema era sua alta expectativa sobre a vida e seu papel nesse mundo. Quem espera demais sobre tudo, quase sempre colhe frustrações. Quem não lê o cenário com perspectivas do possível, deseja o que é impossível.
Eu lhe disse, em outra ocasião, que quem ser tudo, ter tudo e não abre mão de nada, está fadado a não ser nada. Além disso, quem não sabe aonde quer chegar não traça uma reta entre dois pontos, pois só há partida, mas não chegada.
Mesmo que a vida seja surpreendente e incontrolável, não sei viver sem planos ou sonhos. E quem não sabe o que te faz feliz, não sonha, ou pior, ainda, não reconhece que é a felicidade quando a vive. Porque são as pequenas coisas que trazem felicidade.
Após uns vinte minutos dessa argumentação, ele me disse que precisava ganhar R$ 30 mil reais para ser feliz. E eu perguntei o que ele compraria que o faria feliz. Ele não soube responder.
Perguntei, também, como seu nível de felicidade modificou-se quando ele teve uma reviravolta financeira e viu sua renda crescer em mais de 300%. Ele respondeu algumas coisas que ele havia comprado. Argumentei que não queria saber dos bens acumulados, mas sobre o que ele como ser havia mudado. Ele respondeu que era quase que exatamente o mesmo.
Confessei-lhe que eu sou feliz. O que não é o mesmo de plenamente realizada, ainda tenho vários sonhos que quero realizar. Mas de certa forma tenho uma clareza de como sou mais feliz hoje, e não necessariamente porque ganhei mais dinheiro. Claro que algumas coisas foi o dinheiro que possibilitou, mas não a maioria.
Citei até que meu carro novo me trouxe uma empolgação que não ultrapassou uma semana, mas que outras situações até mais corriqueiras me fez uma pessoa mais feliz por anos.
Considero alguns processos como marcos na minha vida e determinante para eu dizer que sou feliz hoje.
  1. O período da faculdade me trouxe muita alegria. Aprendi e evolui muito como ser humano e foi quando comecei a descobrir quem eu era.
  2. Emagrecer. A decisão de emagrecer não foi gerada pela vaidade, muito menos foi essa que gerou minha força de vontade. Foi minha decisão que a carcaça não condizia com o meu interior. Minha auto-estima e meu relacionamento comigo mesma e com os outros mudaram completamente. Isso me deu uma satisfação imensa.
  3. Quando amei, aprendi o que era generosidade, confiança e o sentido da vida.
Essas três fases, mesmo que para você caro único leitor amigo, pareçam coisa bossais, foram, justamente, o que me possibilitaram mudar totalmente como ser humano, evoluir e superar coisas muito sofridas que passei.
E foi justamente a pior epóca da minha vida que me ensinou que o que o objetivo da vida é viver, e o processo é aprender a ser feliz e evoluir espiritualmente. Mas ao superar essa fase difícil percebi que já era feliz.
Caro único leitor amigo, sabe o que sonho para ser mais feliz? Quero poder continuar a crescer como profissional e ser humano, mas principalmente, quero amar e ser amada, e poder me surpreender com as coisas simples da vida .
Não sei as coordenadas precisas para alcançar tudo isso, mas sei a jornada que preciso caminhar.
E você sabe o que te faz feliz?

quarta-feira, outubro 14, 2009

Dias de sol

Não sei as explicações científicas ou construções sociais de porque um dia ensolarado traz tanta alegria e disposição. Acordamos, abrimos a janela e lá vêm aqueles raios inebriantes a nos energizar e um imenso céu azul a nos trazer a esperança de dias melhores.

Enquanto estou no trabalho, tenho uma das vistas mais bonitas de Brasília: uma linda visão panorâmica do lago imerso em um infinito céu azul, amplo, aberto e com leves tons alaranjados e arroxeados conforme o dia passa. Isso me dá uma alegria por si só, mesmo que imaginasse melhores formas de aproveitar os dias.

No entanto, essa semana os dias cinzentos e chuvosos têm predominado. No mesmo movimento, meu estado de espírito tornou-se tão cinzento quanto o clima. Mas lembro-se que dias chuvosos podem ser a chance descobri outras formas de aquecer o espírito.

domingo, outubro 11, 2009

Por que?

Não sei o motivo, mas, ainda, insisto em acreditar. Talvez porque:

"Love is the answer at least for most of the questions in my heart
Why are we here? And where do we go? And how come it's so hard?"

Jack Johnson

terça-feira, outubro 06, 2009

Um amor para recomeçar...

Cheguei a conclusão que essa frase define o meu problema atual. Tenho esperado um amor para recomeçar, para curar o trauma, a dor sofrida...

Acho que se procurasse mais diversão, talvez o saldo fosse mais positivo.

Um pouco de desprendimento e luxúria não deve fazer mal a ninguém.

Só não sei se uma romântica incorrigível pode mudar tanto assim, será?

sexta-feira, outubro 02, 2009

Frase da semana

"Só sabemos com exatidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida." Goethe

A seleção do mestrado só me trouxe dúvidas e ansiedade...

domingo, setembro 27, 2009

Oportunidade

Apesar de não ser uma pessoa religiosa, sou uma pessoa de fé. Acredito no ser humano, na bondade, na evolução espiritual...

Hoje ouvi uma frase que me tocou de alguma forma:

Quando se pede a Deus algo, será que ele te dará isso ou te dará oportunidades para alcançar o que você quer?

quinta-feira, setembro 24, 2009

As paixões virtuais

Quem me conhece um pouco, sabe do meu gosto pouco diversificado para a beleza masculina. Eles são barbudos, homem-tipo-macho, um jeitão calado, um olhar doce e um sorriso desconsertado. Não tem jeito aparece um barbado e dai vão os cutucões das amigas e uns entre-olhares.

Não sei exatamente de onde surgiu esse padrão. Algumas pesquisas indicam que as mulheres buscam homens parecidos com seus pais, e os rapazes com as mães. O que até faria sentido no meu caso.

No entanto, nos últimos tempos, só me apaixono subitamente por seres imaginários.
Caro único leitor, não são duendes. Essas pessoas são virtuais. É um dono de perfil no orkut com uma foto expressiva e comunidades interessantes, ou um escritor que me identifico com os textos, um personagem de um livro, um cara que vi na padaria enquanto lia um livro curioso, um motorista que cantarolava minha música favorita no carro ao lado nos 2 minutos que o semáforo estava fechado.

Não sei o que essas situações presentam. Talvez o resultado de uma separação traumática. Mas já estou cansada dessa clausura amorosa. Só não sei se o medo das pessoas reais passou.

quarta-feira, setembro 16, 2009

Até dançar mal faz bem

Passei uns dias meio pesada, decepcionada com o universo e desanimada para a vida diária. Mas se as coisas não terminaram bem é porque, ainda, não terminaram de verdade. Essa pode até ser uma visão pollyana da vida, porém há inúmeras maneiras de encarar as dificuldades da vida e eu escolhi ser feliz como objetivo final, para isso, temos que superar e não supervalorizar os sofrimentos.

Caro único leitor amigo, sabe como percebi que as nuvens escuras foram embora? Dançando.

Acho que não comentei, mas tenho feito aulas de dança, especificamente forró. Justamente, hoje voltei as aulas, e de repente estava cantando a letra da música, fazendo mil giros e sorrindo. A dança tem essa capacidade imensa de dar leveza a vida.

Eu adoro dançar, independente de dançar bem, até os passos dados errados com um espírito aberto fazem bem a alma.

terça-feira, setembro 08, 2009

Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?

Tenho algumas teorias que guiam minha vida cotidiana. Não são muito complexas, nem religiosas, talvez uma visão ingênua e até simplista do mundo.
Acredito que gentileza gera gentileza. Por isso, devo fazer boas ações, coisas simples: dá passagem ao carro da frente, não jogar papel no chão, dizer bom-dia, sorrir, não tratar com indiferença o menino que pede esmola, não magoar os outros de propósito, não revidar mesmo que me ataquem, pedir perdão se errar e perdoar sem pedidos de desculpas.
Creio que viver é a arte de ser feliz e de minimizar o sofrimento. Uma afeita ao budismo, mesmo que uma atéia praticante com um lado espiritual.
Sou uma pacifista kantiana.
Acredito no ser humano. Uma visão rousseauniana da natureza humana.
Mesmo que algumas situações tentem abalar essa percepção, continuo tentando me manter uma pessoa que acredita.
Acredito que há algum sentido no universo e que ações geram reações. Por isso, coisas ruins não deveriam acontecer com pessoas boas.
Mas acontecem. E aconteceu comigo.
Não fico revoltada com os fatos, mas com o universo. Quero acreditar ainda, mas por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?

domingo, setembro 06, 2009

Tem gente que é triste e não sabe

Tem gente que é feliz e não sabe.

Só que também tem gente que é triste e não sabe. Já fui dessas pessoas, só que ai li pela primeira vez sobre a depressão.

Então, sabia que tinha depressão, mas era saudade do que não vivi e das pessoas que não conheci.

Vivia muito bem com minha pseudo-depressão até ler Drummond pela primeira vez.

Percebi que me enganara, eu era a própria ausência assimilada.

Mas agora esperava por aquela pessoa que não conheci e que, ainda assim, fazia o peito apertar de tanta saudade.

Quando me apaixonei tudo mudou: a saudade passou, a depressão inexistia, ausência foi preenchida.

Simplesmente vivia, ria e sorria... Até que o amor dele acabou.

Eu padeci e dessa vez era depressão, mas me recusei a aceitá-la.

Pouco a pouco voltei a viver e a sorrir.

Só que hoje sei que o tempo não compra passagem de volta.

Tenho lembranças e não saudades.

Sutilmente

Sutilmente - Samuel Rosa e Nando Reis

"Quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce"

Caro único leitor, e quando estiver calada, simplesmente fique em silêncio ao meu lado.

domingo, agosto 30, 2009

Arco-íris

Caro único leitor amigo, tenho escrito pouco, pensado muito, estudado mais ainda, trabalhado assim-assim, entristecido bastante, lembrado demais...

Os dias cinzas retomam a melancolia do passado, o medo do futuro e a angústia solitária do presente.

No entanto, quando a esperança desaparece, o que surge? Um arco-íris após a chuva.

Daqueles lindos, coloridos e cheios de promessa de futuro. Daqueles que nós lembram da infância, do pote de ouro no fim do arco-íris, do casamento da chuva com o sol.

Enfim, eis que surge a esperança de dias melhores: de brisas do mar no rosto, de pores-do-sol em Brasília, de beijos ao acordar, de cafés com edredom em dias frios, de ligações inesperadas, de risadas bobas, de viagens com volta para casa...

domingo, agosto 16, 2009

Maiores bizarrices que já ouvi falar

Caro único leitor amigo, o que um sábado à noite sem vida social pode gerar? Idéias toscas.
Me pergunta de que tipo? O ranking das maiores bizarrices que já ouvi falar.
Vamos ao ranking:

1) "Barebacking"


É um termo americano originado da linguagem gay para descrever atos de sexo anal sem proteção. Mas tem a versão pior: as barebacking parties, onde a camisinha é proibida e se há conhecimento de que alguns dos presentes são soropositivo. Para uns, a possibilidade de contrair o vírus HIV é excitante.

Além de bizarro, é perigoso e falta de amor próprio.

2) "Glory Hole"

Em saunas ou boates gays, existem esses buracos que ligam dois ambientes sem que as pessoas das salas se vejam e usam para expor o pênis e o outro usar como quiser. Eu, particularmente, acho nojento pelo fato em si, mas pior que isso é que, ainda, também rola sexo sem proteção.

Como eu sei disso? Alguém que viu um lugar desses me contou.

3) Campeonato mundial de sexo solitário na categoria mais tempo de masturbação.

Sim, isso existe e ocorre todo ano no Japão. A pior parte é que o campeonato é trasmitido ao vivo (Socorro!!!!!!!).

Os concorrentes, todos do sexo masculino, recebem um tubo, chamado "tenga" (são uns tubos de vácuo, que provocam a sensação de sucção e vibração, que reproduziriam sexo oral), para manterem suas vergonhas menos expostas.

Como sei disso? Li no site sexpedia da Época.

4) Concurso do menor pênis do mundo.

Detalhe: o campeão ficou feliz pelo título. Tem o vídeo no youtube, só me recuso a postar o link.

5) Bundas e vaginas de silicone com oríficios.

Se a idéia já era bizarra, a GNT mostrou como eram feitos os moldes com base em mulheres reais.

Fonte: Amiga que jura que foi na GNT e não no Multishow de madrugada.

Não era intencional os temas serem relacionados a sexo, mas quando terminei a conversa com os amigos, esse tinha sido o único tema que tinha sido citado.

terça-feira, agosto 11, 2009

TPM

Essa última semana tem sido marcada por uma ansiedade diferente. Não há como esse nervosismo ser bom, mas conseguir supera-lo e agir é muito bom.

Alguns classificam este cenário como TPM - Tensão Pré-seleção do Mestrado. Concordo. Desde o dia do lançamento do edital que estou com esse frio na barriga, a pressão de elaborar um projeto bom e que eu seja aceita pela banca.

Enquanto leio uma bibliografia inesgotável, fico cada vez mais desesperada e o ato de escrever mais árduo.

A minha conclusão é que entendo o que seria um parto natural de trigêmeos.

Ao mesmo tempo que essa loucura física me consome, minha mente enlouquece: O que farei se não for aceita? terei que esperar 1 ano de novo? como ficarei sem o meu aumento que o mestrado vai me proporcionar?

TPM é algo desumano.

Por sinal, não deveria estar aqui escrevendo neste blog. Tenho duzentos anos de teoria política econômica para apreender e escrever a respeito.

Caro único leitor amigo, me deseje sorte!!!

domingo, agosto 02, 2009

Solidão

A solidão anda preocupando-me. Não sei até que ponto ela bateu a minha porta ou estou sofrendo por antecipação.

Mas os fatos não negam: a família está longe, os poucos amigos estão distanciando-se muitos kilômetros, o coração desalugado e o futuro distante.

Tenho que admitir que tenho uma certa fobia social ou pelo menos aquela desconfiança mineira, o que não facilita ampliação da rede social.

Pelo menos me resta você, caro único leitor amigo, e as madrugadas.

quinta-feira, julho 23, 2009

Budapeste era amarela

Quando criança, fascinava-me o mundo das letras. Lia compulsivamente como que em um processo de autofagia. Devorava livros como se consumisse a mim mesma.

Passava noites em claro a devorar livros e mais livros. Lia passagens, sublinhava, escrevia sobre a emoção que em mim afloravam, marcava a última página lida e fechava a obra. Levantava-me, tentava sair, fazer outra coisa ou simplesmente dormir. No entanto, como que um imã, aquelas histórias me atraiam de forma irresistível. Elas, ainda, não me pertenciam, e eu não poderia esperar para possuí-las.

Sim, caro único leitor amigo, possuí-las. Porque depois de conhecê-las, elas me pertenciam. Passava a ser coadjuvante em histórias que ocorriam em todos os lugares do mundo, caminhava por diferentes cidades como nativa, falava línguas que nunca aprendi e seus personagens passariam a compor minha vida.

Conheci tantas ruas antes mesmo de pisá-las. Vivi paixões que nunca insuflariam meu coração. Mas não posso negar que amei cada personagem.

Esse vício que me alimentava, também, consumia-me. Por vezes, dividia-o com a paixão pelo cinema. Sonhava em traduzir as letras em imagens e sons. Desejei ser cineasta antes de querer ser mulher.

No entanto, alguma magia perdeu-se ao longo dos últimos anos, e poucas letras conseguiam afetar-me como aquelas de minha infância.

Contudo, esses dias tornei-me José Costa, um homem de meia idade apaixonado por húngaro e perdido em uma Budapeste amarela, e não cinzenta como pensava que fosse.

domingo, julho 19, 2009

Férias

Caro único leitor amigo, estou de férias.

Queria não entrar de férias do blog, já que não farei nada especial esses dias. Mas já prevejo que estou me enganando, veredito: não terei muitos posts.

Falta de tempo? Não.

Muitos agitos? Tampouco.

Então por que me vejo sem escrever esses dias? Falta de assunto.

Tentarei a avançar na literatura de férias, assim pelo menos terei um tópico: "Budapeste", de Chico Buarque.




sexta-feira, julho 10, 2009

Simplesmente eu, Clarice Lispector

Ontem tive a grata oportunidade de assistir o monólogo, "Simplesmente eu, Clarice Lispector", protagonizado por Beth Goulart.

A montagem é uma mistura genial da densidade própria dos textos da autora, representada por suas personagens femininas, com episódios que mostraram a personalidade e vida de Clarice.

A peça não perde o ritmo, oscilando entre os dramas das personagens e da própria escritora, misturadas a passagens irônicas, que chegam a flertar com o humor.

Beth Gourlat, que além da similaridade física, consegue representar a intensidade dessa incrível artista e intrigante mulher.

Destaco uma das passagens que mais me tocou:

“eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele.” Clarice Lispector - Perdoando Deus

Escrever como vocação

"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever sempre me foi difícil, embora tivesse partido do que se chama vocação. Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir...Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever." Clarice Lispector - Paixão segundo G.H.

Como não concordar, quando escrevo não porque tenha talento, mas porque a vocação me chama.
Escrevo porque há dentro de mim uma ansiedade incontrolável, que só quando palavras são formadas consigo domá-la.
Escrevo porque quando escrevo entendo um pouco mais de mim mesma, na pretensão de entender uma parcela ínfima desse mundo.

quarta-feira, julho 08, 2009

Hoje é meu aniversário

Hoje é meu aniversário e não tem bolo.
Hoje é meu aniversário e não tem festa.
Hoje é meu aniversário e não estou feliz.
Hoje é meu aniversário e ninguém vai me dar um beijo na boca.
Hoje é meu aniversário e não há ninguém que eu queira que me beije.
Hoje é meu aniversário e não vou comemorar.
Hoje é meu aniversário e nada mudou na história porque nasci.
Hoje é meu aniversário e sinto falta de muita gente.
Enfim, hoje é meu aniversário.

domingo, julho 05, 2009

Detalhes

Com a comemoração dos 50 anos de carreira, Roberto Carlos voltou a ser febre nacional, disputando espaço na mídia com a morte de Michael Jackson.

Sempre nutri aquela antipatia natural do jovem que repudia o velho por hábito mais do que por avaliação real.

Hoje, gosto de suas letras, não de sua voz, e me toquei ao ouvir algumas de suas músicas.

Identifiquei-me com a letra abaixo, pois os últimos acontecimentos me fizeram saber de ter sido a melhor coisa na vida de alguém, e que mesmo o tempo passando, ele ainda vai lembrar de mim.

Contudo, já percebo que a longa estrada do tempo transforma um grande amor, mesmo que não seja, ainda, em quase nada.


"Durante muito tempo
Em sua vida
Eu vou viver...

Detalhes tão pequenos
De nós dois
São coisas muito grandes
Prá esquecer
E a toda hora vão
Estar presentes
Você vai ver...

Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada
Mas "quase"
Também é mais um detalhe
Um grande amor
Não vai morrer assim
Por isso
De vez em quando você vai
Vai lembrar de mim..."

Detalhes - Roberto Carlos

O drama anual

Aniversário chegando. Melancólia permanecendo. Lembrança voltando. Esperança apontando...

Terei que admitir para você, caro único leitor amigo , que nunca houve empolgação com aniversários.

Lembro-me bem do meu aniversário de 7 anos e do forte desejo de dormir no dia anterior a data e acordar somente no dia seguinte, assim pularia o fato. No entanto, naquele ano pelo menos havia bolo de chocolate.

Esse ano tentei reagendar o dia, mas precisamente o ano: 2012 estaria mais adequado.

Farei figa até quarta, quem sabe o universo concorda que não preciso de aniversário esse ano.

Já sei bem que o tempo passou, muita coisa mudou, e outras retrocederam.

quinta-feira, julho 02, 2009

Terras do Nunca

Resisti até o último segundo a postar algo sobre a morte de Michael Jackson. Na minha opinião MJ como artista viveu nos anos 80, suspirou em 1995 com a passagem pelo pelourinho para gravar o "They don't care about us" e morreu como artista, já que não agregou nada de interesse depois.

Então, a agonia dos últimos anos foi do ser humano, que fisicamente nem parecia mais um homo sapiens sapiens, e psicologicamente foi degradado por sua própria loucura e ego.

Mas não posso negar minha admiração por álbuns como Thriller ou Dangerous, tanto que o relançamento "Thriller - 25 anos" foi um dos poucos momentos de grande empolgação com um cd em 2008.

No entanto, hoje quando li a coluna do Coutinho na Folha não resisti o copiar e colar.

Terras do Nunca

João Pereira Coutinho, de Lisboa


Pobre Michael Jackson. O homem morre como todos morremos. Radicalmente só. Com o coração a despedir-se prosaicamente do corpo. O mundo, em choro e transe, não acredita. Um mito não morre assim. Porque assim morremos nós, anônimos e mortais, mergulhados na nossa própria miséria. Os mitos só morrem por acidente ou conspiração invejosa de terceiros, que não aguentam o brilho incandescente da estrela.

John Kennedy não foi abatido pelo fracassado Lee Oswald numa manhã funesta de Dallas. Kennedy foi assassinado pela CIA, pelos cubanos, pelos soviéticos, pela máfia, eventualmente pelos extraterrestres.

O mesmo para a "Princesa do Povo", Diana Spencer. Uma vítima de um motorista alcoolizado e irresponsável numa noite de Paris? Não, mil vezes não. Diana foi vítima da Família Real inglesa, que a desprezava para lá do tolerável. Para dar mais requinte ao episódio, há quem garanta que Diana estava grávida. A autópsia não confirmou. Mas quem se prende a pormenores? Eu, por mim, aposto que eram gêmeos.

E, agora, Michael Jackson: ele não morreu por excessos vários e loucuras evidentes. Foi o médico; foi a empregada; foi o Rato Mickey quem acabou com o cantor.

Deixemos as teorias da conspiração para as mentes conspiratórias. No meio do sentimentalismo vulgar, e quase religioso, com que o planeta chora a morte de Jackson, a única declaração vagamente sensata foi dita pelo próprio presidente americano. E que nos disse Obama?

Para começar, que Jackson foi um músico de talento. Difícil discordar, embora o Jackson que eu aprecio morreu no dia em que nasceu o Jackson que grande parte do mundo aprecia, ou seja, em 1979 com "Off the Wall". O single prodigioso que os Jackson Five editaram dez anos antes, "I Want You Back", é incomparável com qualquer obra posterior. Opinião pessoal. Do Michael Jackson a solo, admiro apenas o bailarino. Brinco? Não brinco. Fred Astaire também não brincava quando dizia, na década de 80, que Jackson nascera demasiado tarde. Tivesse ele vivido nos anos 30 ou 40 e teria feito as delícias de Busby Berkeley ou Vincent Minelli. Quem aprecia musicais sabe do que falo.

Mas Obama não elogiou apenas o talento. Obama foi corajoso e lamentou a figura profundamente trágica de Michael Jackson. Nos próximos anos, saberemos mais sobre essa tragédia. Mas aposto que a origem dela está num homem que, para usar as palavras de um francês célebre, alimentou uma "náusea-de-si-próprio" ao longo da vida: uma náusea da sua própria negritude e, talvez mais importante, uma náusea da sua própria humanidade, por definição mutável e perecível. Não admira que, ano após ano, ele tenha tentado golpear essa humanidade, perseguindo um ideal estético que era, aos olhos do mundo, caricatural e infantil. E, aos olhos dele, eterno e pós-humano.

Disse anteriormente, citando Fred Astaire, que Michael Jackson não viveu nas décadas de 30 e 40 para inscrever o seu nome na tradição dos grandes musicais. Mas é possível recuar mais um pouco e lamentar que Jackson não tenha nascido e vivido em finais do século 19, inícios do 20. E que não tenha conhecido uma alma gêmea como J.M. Barrie, o escritor para quem a infância era, simultaneamente, o melhor e o pior dos mundos. O melhor, pelo encantamento permanente que lemos em "Peter Pan" ou no injustamente esquecido "The Little White Bird". Mas também o pior dos mundos, porque capaz de antecipar a corrupção futura: a maturidade, o envelhecimento, a perda da inocência.

Não sei se Jackson leu Barrie. Provavelmente. Mas sei que lhe roubou o nome para o seu rancho, "Neverland", essa "Terra do Nunca" onde os rapazes não crescem. Tivesse Michael Jackson lido "Peter Pan" com atenção e saberia que, mesmo na "Terra do Nunca", os rapazes não crescem mas também morrem.

Nobel recomenda paixão a vida

Na Alemanha, o suíço Richard Ernst, ganhador do nobel de química em 1991, durante uma palestra – intitulada “Paixões e Atividades além da Ciência” – a 580 jovens pesquisadores, inclusive brasileiros, aconselhou que: “Não se transformem em ‘nerds’ unilaterais. Não se esqueçam de suas paixões”.

Essa realmente é uma boa sugestão. Acho que para produzir qualquer coisa na vida, há de se ter paixão pelo que faz, especialmente, em viver a vida. Não há como isolar-se ou abster-se da tão rica interação social.

Talvez a inclinação budista do químico, me fez mais próxima de suas percepções da realidade.

terça-feira, junho 30, 2009

Essa é não mais uma carta de amor, são pensamentos soltos...

A vida prega algumas peças na gente. Temos aquela falsa sensação que temos controle sobre o que nos acontece. Mas é só acontecer algo totalmente inesperado que tomamos consciência que controle nada tem a ver com viver. Surpreender-se tem maior proximidade com a realidade.

Foi exatamente isso que me ocorreu. Uma pessoa que pensei estar totalmente fora da minha vida, tanto em termos de laços quanto geográficos, bateu a minha porta.

Eu que por tantas vezes durante tantos meses havia ensaiado diversas reações - raiva, mágoa, amor, paixão, tesão - num pseudo reencontro que nunca ocorreu, reagi da única maneira que não imaginava.

Talvez, porque já havia aceitado que esse encontro não ocorreria mais, por mais que o houvesse desejado mais que tudo.

Pois, também, pela primeira vez em muito tempo, estava simplesmente deixando passar, e muito havia passado.

A doçura e a tristeza foram constantes, mas a pele não respondia mais, o beijo não tinha mais o mesmo gosto nem efeito. Amigos com ar que não poderíamos ser só amigos. Um constrangimento confortável, nos conhecíamos demais para sermos estranhos, mas já havia passado tempo demais para, ainda, termos a mesma intimidade.

Achei que havia um sentimento, contudo existia outro, mais terno, com ar de que ainda sim poderia ser amor, mas não era mais.

Muita coisa falamos, muita coisa sentimos, devaneamos sobre um futuro que tinha tudo para ter sido, mas nunca será.

No entanto, não foi um novo capítulo dessa história, nem foi um final, o fim já havia sido, só nós dois não tínhamos certeza disso.
Foi a tristeza de rever uma foto antiga de um momento muito bom que acabou e a felicidade de saber que vivemos aquilo.

O caminho da redenção daquela história foi completada, sem magoas, com um bem querer enorme, com várias lágrimas no olhar, mas a esperança de agora, finalmente, poder seguir em frente.

sexta-feira, junho 26, 2009

As prisões do mundo: a culpa

Como diria minha mãe sobre mim: "Essa menina tem uma teoria barata sobre tudo nesse mundo".

Admito que melhorei muito com o tempo, já consigo não opinar sobre muitos assuntos, apesar de, ainda, ter grandes dificuldades de disfarçar minha cara que sempre entrega o que penso.

Porém, hoje não resisti, e mais uma vez estou aqui com as minhas teorias holísticas sobre o nada. A teoria versa sobre uma das problemáticas do mundo pós-moderno.

Caro único leitor amigo, não sabe qual é esse problema? Diria que é a culpa. Vivemos sempre culpados.

Culpados porque não estudamos o suficiente. Não nos divertimos o que devíamos. Ganhamos menos que esperávamos. Trabalhamos mais do que queríamos. Amamos menos do que sentimos necessidade. Fazemos menos atividades físicas. Somos menos solidários do que o mundo precisa. Comemos mais errado do que almejávamos. Não conquistamos o emprego dos sonhos. Temos menos amigos. Viajamos menos do que planejamos. Não conhecemos os 5 continentes. Não cuidamos o suficiente da aparência. Encontramos menos as pessoas que amamos do que desejamos.

Enfim, não estamos vivendo intensamente a loucura da vida, nem contribuindo para a evolução da raça humana.

Enquanto nos culpamos por não termos tempo nem proatividade suficiente. O tempo passa, e temos menos tempo ainda...

domingo, junho 21, 2009

O armário de Darwin

Hélio Schwartsman*

Aproveito a edição de mais uma parada gay para arriscar alguns comentários sobre liberdade, intolerância e ciência.

Durante muito tempo, a esquerda em geral e a correção política em particular elegeram certos ramos da ciência, em especial a sociobiologia e a psicologia evolucionista, como inimigos mortais. Bastava alguém invocar a seleção natural para tentar explicar algum comportamento humano que a tentativa era logo denunciada como "reducionismo biológico", "darwinismo social", "animalização do ser humano", "medicalização" e outros qualificativos pouco abonadores. (É claro que muita besteira foi e ainda será dita tendo como base a moldura evolucionista, mas daí não se segue que o modelo teórico esteja sempre equivocado.)


Não é sem surpresa, portanto, que agora se constata que o movimento gay, talvez o mais legítimo representante da cruza entre o pensamento de esquerda e o politicamente correto (PC), está abrindo o armário de Darwin e flertando com algumas das explicações biológicas para o homossexualismo.

Adoraria ser o primeiro a cumprimentar o movimento GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais), agora rebatizado LGBT em deferência ao público feminino, por ter se despido de seus preconceitos ideológicos e aceitado que genes são uma parte importante da (vamos lá, vou proferir o palavrão) natureza humana. Receio, entretanto, que a mudança de atitude se deva mais a cálculos ditados pela agenda política do que a franca reflexão.


O raciocínio que parece motivar o LGBT é mais ou menos o seguinte: se o homossexualismo tem raízes biológicas, ele não pode ser qualificado simplesmente como "opção"; seria antes uma "orientação", a qual, se não constitui um destino fatídico, de algum modo participa da natureza do indivíduo, não podendo ser modificada a seu bel-prazer. O objetivo é combater os discursos francamente homofóbicos que definem o homossexualismo ou como uma escolha moralmente errada ou como uma doença que possa ser curada através de terapia ou exorcismos.

Não há dúvida de que estas são teses bisonhas. Se me fosse dado "curar" alguma coisa, eu curaria a humanidade de certas visões religiosas que não admitem que pessoas possam pensar e agir de forma diferente daquela recomendada em livros escritos dezenas de séculos atrás. Parece-me um equívoco, contudo, atrelar o combate à homofobia a uma teoria científica.

Para começar, a ciência está calcada em hipóteses que podem por definição ser refutadas a qualquer momento. Vamos supor que o fundamento lógico para eu recusar a discriminação contra gays resida na "evidência científica" de que o homossexualismo tem componentes genéticos. Imagine-se agora que alguém demonstre de forma insofismável que tais evidências estavam erradas. O que ocorre neste caso? A discriminação fica legitimada?

Não é preciso puxar muito pela memória para lembrar que movimentos por direitos civis e "ciência" (sim, ela é uma atividade humana como qualquer outra e, enquanto tal, caminha ao sabor de circunstâncias políticas e constructos sociais) já estiveram em lados diferentes das trincheiras. Até 1977, a Organização Mundial da Saúde listava o homossexualismo como uma doença mental. Não sei se recomendava ou não o exorcismo, mas certamente autorizava psiquiatras a tentar a "cura".


E vale lembrar que a reconciliação entre o LGBT e o evolucionismo ainda está longe de ser total. Basta alguém lembrar que, do ponto de vista da seleção natural, o homossexualismo soa em princípio como uma péssima estratégia, um equívoco mesmo, dado que são mais do que remotas as chances de os genes passarem para a próxima geração, que os gays voltam a torcer o nariz para a ciência. É claro que homossexuais exclusivos não se reproduzem (apesar de, a cada versão da parada, os organizadores anunciarem um público sempre maior), mas não faz muito sentido confundir sucesso reprodutivo com sucesso pessoal. É verdade que os interesses dos genes e do indivíduo que os carrega normalmente coincidem, mas nem sempre. Em termos humanamente pragmáticos, se o gay está feliz com a vida sem filhos que leva, pior para os genes.


Todas essas dificuldades se resolvem se renunciarmos à ideia de que nossas intuições morais devem estar apoiadas em juízos científicos. Trocando em miúdos, devemos combater a homofobia não porque o homossexualismo seja natural ou genético (ou uma construção social, tanto faz), mas simplesmente porque duas ou mais pessoas adultas agindo consensualmente têm o direito de fazer o que bem entenderem entre quatro paredes. O combate à homofobia, ao racismo, ao chauvinismo e a vários outros ísmos de que não gostamos se justifica porque consideramos moralmente errado discriminar com base em orientação sexual, raça e origem, não porque existe uma proibição de fazê-lo inscrita na natureza.

Precisamos também tomar muito cuidado para que, no afã de travar o justo combate, não destruamos ou limitemos outros valores e liberdades moralmente relevantes. Imaginemos um gay que, por algum motivo, esteja profundamente infeliz com a sua orientação sexual e deseje tornar-se heterossexual. É claro que podemos encaminhá-lo para um serviço de apoio psiquiátrico ou psicológico onde um profissional competente vai tentar convencê-lo de que não há nada de essencialmente errado no fato de ser homossexual. Suponhamos, porém, que o paciente não se convença e continue sentindo-se desajustado. Será que ele não tem o direito de tentar ser feliz buscando "curar-se" de sua homossexualidade?

De modo análogo, sou o primeiro a dizer que é uma tremenda de uma bobagem achar que existe um Deus e que Ele espera que nos comportemos de acordo com as recomendações de um livro antigo, mas sou também o primeiro a afirmar que as pessoas têm o direito de acreditar no que bem entenderem, por mais extravagantes que nos pareçam suas ideias. E, se um pastor acha que o homossexualismo é um pecado, deve poder dizê-lo a quem queira ouvir. Deve, também, poder tentar "curar"pessoas que desejem ser "curadas". Esse tipo de discurso contribui para a consolidação de preconceitos e atitudes intolerantes? Aposto que sim. Mas o mundo está longe de ser um lugar perfeito e sem conflitos.

Não podemos, em nome de uma utopia, de uma sociedade plenamente harmônica e sem preconceitos, sacrificar um núcleo de liberdades fundamentais que inclui a de ter ideias tolas e difundi-las. A intuição moral que fundamenta esse direito é a mesma que nos diz que indivíduos devem ser livres para exercer sua sexualidade da forma que bem entenderem.

No mais, não creio que proibir piadas de bichas como agora o LGBT pretende fazer seja a solução para nada. O ataque contra o humor serve apenas para tornar o planeta, que já não é lá essas coisas, um lugar um pouco pior.

*É editorialista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.

sexta-feira, junho 19, 2009

O acidente da Air France

Aquela parecia mais uma manhã comum quando cheguei ao trabalho sonolenta e sem, ainda, ter tido a primeira refeição do dia, e, principalmente, sem meu bom humor, já esse só é garantido após uma boa xícara de café.

Porém, meu julgamento inicial foi errôneo. O equívoco foi percebido no primeiro Bom-dia no trabalho. Ao invés do habital bom-dia em troca, recebi:

-"Você viu que tem um avião da Air France sumido?"

Obviamente que não sabia de nada, já que não acordo cinco minutos mais cedo nem para tomar café quanto mais para ver o jornal.

Sem muito entender a perguntar, respodi: "Como um avião desse tamanho pode sumir?".

Algum tempo depois descobri. Sumiu ao cair no mar.

Para minha surpresa maior fico sabendo que haviam dois franceses colaboradores do projeto que trabalho. Eles vieram ao Brasil a convite do órgão que trabalho para participar de um evento e decidiram esticar a viagem para passear no Rio de Janeiro, conhecer o Cristo Redentor e tomar umas caipirinhas.

Mais esquisito, ainda, foi que no dia anterior vi fotos dos dois durante o evento, o qual não estava presente, e comentei: "Jovens esses professores".

Na verdade, havia pensado: "humm, que gato esse francês". No entanto, soltei outro comentário: "Que folgados, vêm ao Brasil pagos pelo governo e querem aproveitar para passear". De fato pensava isso, mas eu faria o mesmo na situação deles.

Nunca ousaria pensar que seria o último passeio da vida deles.

Enfim, mais uma daquelas concidências bizarras.

Mesmo com muito compreensão empática pelas vítimas e pelos familiares. Não consigo entender, porque depois de tantos dias, continuam com buscas incessantes pelos corpos como se não houvesse mortos sem corpos.

Posso entender pela parte dos apelos de cunho religiosos, pois são baseadas em crenças e não na razão. Entretanto, esse não é o majoritário, trata-se de um a comoção internacional em um movimento: "Queremos os corpos", como se resgatassem a dignidade e diminui-se a dor dos que ficaram.

Nunca achei desrespeito separar a vida já exaurida do corpo do morto. Sempre achei deprimente o ato de velar um corpo e mandá-lo para debaixo da terra em um caixote.

Por isso, desde a morte do meu avô, que foi quando descobri que as pessoas morriam e que um dia seria eu também a morta, que não quero ser velada nem enterrada, desejo ser cremada e servir de adubo para algum ipê que alegrará a manhã de outros como já alegram várias em minha vida.

quarta-feira, junho 17, 2009

Círculo de amizades

Com o tempo nós nos especializamos na vida. Refiro-me não no sentindo de aprofundar conhecimento, processo constante, mas sim a respeito da delimitação do campo da vida.

Somos crianças em um bairro, estudamos numa escola, fazemos segundo grau em outra, o que aparentemente leva a um ampliação de pessoas que conhecemos e socializamos.

Mas com o tempo percebemos que não. Especialmente, durante e após a faculdade, verificamos que estamos delimitando o círculo de amizades e deixando vários nichos de fora.

Demora um tempo para tomarmos consciência dessa situação, já que essa ocorre de forma tão condicionada e natural.

Para mim, foi notório após alguns anos de formada: fiz vários colegas na universidade da mesma graduação, depois na especialização reencontrei alguns dessa epóca e sempre trabalhando na minha área, continuei socializando quase que exclusivamente com pessoas formadas no mesmo curso.

Com isso perdi a possibilidade de ter mais amigos de outros ambientes, e de alguns nichos muito mais emocionantes e ricos que o meu.

Sabe o que me fez tomar consciência disso? Conhecer alguns novos amigos músicos. Eles são muito mais leves, possuem outros dramas e riquezas compartilhados.

Agora estou em busca de amigos: atores, engenheiros, físicos, médicos, matemáticos, arquitetos, dentistas, oceanógrafo...

Só não me diga que é das relações internacionais. Porque você já foi excluído.

Pensamento da noite

"Vi o amor vencer o tédio"

Mais Alguém - música de Moreno Veloso e Quito Ribeiro

Lembro-me de ver o amor vencer não só tédio, mas também a descrença, a calmaria, a tristeza, a falta de esperança...

domingo, junho 14, 2009

Na Balada IV: Cuidado com armas!

Mais uma balada das amigas e mais cenas surreais.

Um cara chega para puxar papo com uma das amigas:

- Oi, tudo bom? Eu sou delegado.

A amiga olha para o rapaz mirrado e solta:

- Sei ...

Ele com certa indignação pelo ar de dúvida:

- É sério.

O delegado com um movimento brusco segura a mão da garota e direciona até a região baixa dele. Todas as amigas se assustam. Dai ele fala:

- Pega na minha arma.

Sim, era uma arma de fogo que ele carregava na cintura, para a sorte da garota que quase morreu achando que cometeria um atentado ao pudor forçado.

Nesse dia, a amiga sentiu falta dos rapazes que chegam dizendo que tem um audi, ferrari, helicóptero ou lancha, pelo menos não era obrigada a apalpá-los.

O que fazer em noites de insônia

  1. Ver o programa do Jô
  2. Comer
  3. Fuçar orkuts dos amigos e dos desconhecidos
  4. Comer
  5. Ver um filme deprimente
  6. Comer
  7. Publicar no Blog e Comentar nos dos amigos
  8. Comer
  9. Entrar no MSN - que não tem niguém online
  10. Comer

Mais uma história de amor

Passei muitos anos sentindo saudade do que não vivi. Chorando a falta do que nem sabia o quê.

Um dia o conheci, daí em diante já não mais sentia falta, tudo pela primeira vez fez sentindo.

Soube porque Deus fez o mundo, o homem e a mulher e todas as coisas.

Eu o amei com toda a inocência e veracidade do amores mais puros e altruístas, ele também me amou, mas não o suficiente.

Uma hora foi imposto o fim. Sofri, chorei, mas não no fundo tinha a ilusão que um amor daqueles não podia acabar assim.

Muita coisa aconteceu na vida dele, na minha nem tanto. Quis mudar tudo, ele não sabia o que queria, e se soube, não foi corajoso o suficiente para encarar as dificuldades.

Fui obrigada a aceitar, já que o fim se fez notório.

Teria que tocar a vida. Na maioria dos dias consegui, em alguns ainda lembro com tristeza e pesar.

Muito tempo se passou, muitas lágrimas umideceram meu rosto, muita solidão senti.

Ainda tento acreditar que o amor pode acontecer mais de uma vez.

No entanto, nas madrugadas de insônia só me restam eu, o velho ele e as palavras.

sábado, junho 13, 2009

Pensamento do dia

"Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas".

Fiquei com isso martelando.

Sempre fui uma questionadora nata. Mas tem uma época que a gente para de esperar as respostas e aceita não precisar saber tudo sobre tudo.

quinta-feira, junho 11, 2009

Minha...

Minha poesia é prosa, minha rima pobre,
meu substantivo abstrato, meu verbo irregular,
minha simetria desarmônica,
minha fala simples, meus pensamentos complexos,
minhas idéias repetidas,
minha alma feminina, minha casca delicada,
meu romantismo discrente e minha desilusão esperançosa.

terça-feira, junho 09, 2009

Cada um com suas neuras

Não compreendo as minhas próprias neuroses, mas, ainda assim, queria entender a insanidade de algumas pessoas.

É difícil conceber que alguém possa estar numa situação tão feliz, que fique aguardando o momento disso acabar, da decepção chegar e do fim trágico.

Nem ouse discordar. A distorção da realidade é tamanha que o impede de perceber que vive momentos raros e que deveria simplesmente agradecer e goza-los.

Enquanto isso, em outros cantos da cidade, alguns choram por um amor não correspondido, pela ausência dos que se foram, pela solidão sem fim, pela saudade do que não viveu...

segunda-feira, junho 08, 2009

Meu argumento ficou sem assunto....

Não perdi a voz, nem a opinião, muito menos o costume de discordar. Mas meu argumento ficou sem assunto, minha dissertação sem hipótese.

Estou com uma felicidade morna ou uma melancolia tímida.

Os sonhos persistem, porém com um gosto de dejavú, como que resgatados de um velho baú.

Tenho pensado muito que dia isso vai mudar. Ou o que vai provocar tal virada.

domingo, junho 07, 2009

Quero a sorte de um amor tranquilo

Se tantos de nós andam por esse planeta a procura de amor, por que continuamos na busca?

Como resposta, eu apontaria o medo.

O medo virou uma prisão.

São muitos medos: de nos abrir, de tentar, de sermos magoados, preteridos, de depender, de não sermos correspondindos, de não dar certo (mais uma vez)...

Apesar do medo, ainda sinto algo diferente, uma ausência presente, quando ouça uma música romântica, quando leio sobre histórias de amor, ou vejo um filme. Mas ainda não me livrei do medo.

E você, caro único leitor amigo, de que você tem medo?

sexta-feira, junho 05, 2009

A insanidade do cotidiano

Caro único leitor amigo, definitivamente hoje foi um dia esquisito.

Começou antes de ter ido dormir comigo conhecendo um artista por quem tive uma paixonite platônica na adolescência. Detalhe: eu não dei a menor bola.

Obviamente, por ter ido dormir muito tarde, cheguei atrasada no trabalho e a noite tive minha primeira aula de meditação morrendo de sono.

Sobre a meditação: adorei a teoria budista e sofri na tentativa da prática. Isso porque o budismo visa minimizar o sofrimento, mas eu padeci sentada naquelas almofadas no chão.

Para encerrar a noite, ligo a TV, e passa o Globo Repórter com o tema: "Homens e mulheres: todos estão em busca de um amor".

Eu penso: "Poxa vida! Quem sabe essse programa não seria a solução dos meus problemas?". Dois segundos depois, estou rindo, me sentindo ridícula.

Mas caro único leitor amigo, se está a pensar onde está a insanidade real, digo que ao abrir meu e-mail, eis que descubro:o ex de uma amiga, quase-irmã, está dando em cima de mim.

E agora josé?

segunda-feira, junho 01, 2009

Na Balada III: Não se lamente

Três amigas no barzinho.

Uma falando repetidamente do novo objeto de obsessão: ele é lindo, ele é blabláblá.

As outras duas só se lamentando da mal sorte no amor, a falta de homens decentes nesse mundo e como em Brasília os caras são esquisitos, porque em qualquer lugar do mundo alguém teria vindo puxar papo.

Esse papo era fundo para vinho e mais vinho.

Quando de repente, chega o garçom: "Com licença, aqueles rapazes gostariam de saber se podem se juntar a mesa de vocês".

As amigas até se animam. Eis que o garçom aponta quem são os rapazes: dois tios sukitas, sendo um careca e outro barrigudo, e um tipo comum de uns trinta e poucos.

As amigas entre olham-se e respondem: "Melhor não, moço, melhor não".

Eu só pensei: "Do jeito que sou sortuda com certeza os coroas viriam me paquerar". Afff!!!

Nessa hora uma das amigas fala: "Aff, que lezeira! É melhor não reclamar porque a situação pode, ainda, piorar".

Realmente pode piorar....

domingo, maio 31, 2009

Coisas que eu sei

  1. Aconselhar
  2. Sonhar
  3. Adiar
  4. Lembrar
  5. Ouvir
  6. Argumentar

sábado, maio 30, 2009

Meu corpo, meu templo

“Meu corpo, meu templo” é uma frase definidora da minha postura com relação a vida.


Frase retirada da filisofia oriental, em especial do Budismo, que para mim tem a grande sacada de centrar a vida no hoje. Concentrando a mente na busca constante da felicidade e em cessar o sofrimento como forma de evolução.


Parte dessa evolução do espírito, está nossa matéria, o corpo, que por abrigar a mente, é sagrada.


Essa concepção divide-se em duas esferas de ação na minha vida: uma é na minha relação com meu corpo. Nesse caso, a busca pela vitalidade e pela saúde. Por isso, faço exercícios físicos regularmente, procuro seguir uma dieta equilibrada, evitando o excessos, tento não me deixar abalar por coisas que não posso mudar e procuro levar a vida de forma mais leve.


Na outra esfera está: minha interação com os outros. Porque se meu corpo é um templo, isso significa que o outro também é sagrado. Remetendo-me a conceitos como não-violência, fraternidade, respeito,compaixão, bem.



Na intersecção das duas perspectivas, incluo evitar interagir com pessoas de energia ruim, de acreditar que intimidade constroi-se e não impõe-se instantaneamente, e que por mais que eu acredite que a revolução sexual foi um ganho, não é sinônimo de sexo casual.


Um dia quem sabe encontre o Nirvana, ou pelo menos o Kurt Cobain.

sexta-feira, maio 29, 2009

Saudade já tem nome de mulher

Em Brasília, pela forte presença nordestina, temos um mês de junho com muita festa junina, forró, canjica e quentão, além do frio e da seca.

Esse período foi inaugurado com show da Elba Ramalho num evento cultural diferente. Um açougue anualmente produz um grande show e durante o ano diversas atividades, desde bibliotecas nas paradas de ônibus como incentivo às bandas locais.

Logo foi uma atividade cultural bem diferente para a ilha da fantasia. Já que acontece na rua, entranda franca e, principalmente, porque permite a inclusão.

Contudo, o que mais me chamou a atenção foi essa frase de uma música bastante conhecida que Elba cantou: "saudade já tem nome de mulher".

Nunca havia pensando como muitos substantivos abstratos são femininos, como saudade, tristeza e dor. Provavelmente, porque por milênios carregamos a parte mais pesada do calvário.

Para nosso consolo contribuimos, também, com a beleza, a esperança e a paixão.

Porém, eles nos deram o amor, que para mim devia ser um substantivo coletivo, já que não há amor que brote sem que haja pelo menos dois.

quinta-feira, maio 28, 2009

Ser um cronista

O que é ser um cronista? É enxergar o potencial de um fato corriqueiro de ser único ao mesmo tempo que ocorre repetidamente e transpô-lo ao papel. Mas principalmente, é aproximar a linha entre o jornalismo e a literatura.

Este escritor relata o que todos nós pensamos, mas que muitas vezes não nos damos conta, talvez por não pararmos para refletir sobre o que a todo tempo se passa. Outras vezes escrevem sobre o que nos frustra, revolta ou entristece.

Entretanto, só há uma coisa que o cronista não faz que é distanciar-se do seu tempo e seu é o agora.

Desde pouca idade, fui uma admiradora de cronistas. Mas hoje sei que a crônica é uma arte pouco reconhecida, ou pior, considerada de menor valor literário.

Porém, mesmo consciente desses problemas, sempre alimentei esse sonho de ser uma cronista - junto com o sonho de ser cineasta e crítica de arte. Com mais consciência ainda da minha falta de talento natural, vi que a melhor saída era me publicar.

Porque, caro único leitor amigo, se ninguém me publica, eu me publico.

quarta-feira, maio 27, 2009

Mesóclise

Não consigo pensar em nada mais sacal do que uma pessoa que fale com mesóclises. Esse é o supra sumo do ser irritante.

Não basta ser pseudo cult. Há de ser inadequado, pois não cabe eruditismo na língua oral.

Você em meio a uma conversa banal, e a pessoa solta um:

-"Ligar-te-ei".

Eu, que falo a língua brasileira, só penso em dizer:

- "NÃO, não liga, porque eu no máximo TE evitarei".

Agora, caro único leitor amigo, repita comigo:

-"Mesóclise: evitar-te-ei"

terça-feira, maio 26, 2009

O que tenho ouvido e recomendo

  1. Amy Winehouse – Black to Back (Diria que - I’m addicted)
  2. Roberta Sá – Que belo estranho dia pra se ter alegria (Redescobri a doçura do primeiro amor)
  3. Lenine – Acústico MTV e Labiata
  4. Diogo Nogueira – Diogo Nogueira Ao Vivo
  5. Bajo Fondo – Mar Dulce
  6. Jason Marz – We dance, We sing, We steal things
  7. Litlle Joy – Litlle Joy
  8. Seu Jorge – Américo Brasil o disco
  9. Paulinho da Viola – Acústico MTV
  10. Céu – Céu

Ouvindo sempre:

Jorge Drexler – coletânea completa, em especial ECO 2

Zeca Baleiro – Coração de Homem Bomba

Moska – coletânea completa, em especial Mais novo de novo

Kevin Johansen – Logo

segunda-feira, maio 25, 2009

L'enfer, ce n'est pas les autres

Quando tudo ao seu redor está em escala de cinza. Se o mundo perdeu a melodia. Tudo parece chato, previsível, sem emoção.

É melhor parar e olhar para si.

Porque não é o mundo que perdeu a cor, são meus olhos que estão daltônicos.

Definitivamente, o inferno não são os outros, é o meu olhar para o outro que mudou.

domingo, maio 24, 2009

Certos sobre os motivos errrados

Há até pouco tempo, boa parte da minha vida estava centrada em querer estar com a pessoa errada pelos motivos certos. No entanto, tive que aceitar que nem tudo posso mudar. Tive que aceitar que esperei muito pouco, e recebi menos ainda.

Agora só quero estar com a pessoa certa sem motivo algum.

Só que cada vez mais a pessoa certa para estar parece ser eu mesma...

sexta-feira, maio 22, 2009

Eu sou assim...

A vida pode parecer uma superfice áspera a aguardar uma lixa para assim ganhar um acabamento perfeito. No entanto, algumas vezes, acho que cada irregularidade foi calculadamente pensada. No final, a vida pode ser um círculo perfeito para a evolução, porque mesmo quando voltamos ao início, nada é igual, porque o caminho nos mudou totalmente.

Já tive epócas que todos me adoravam, eu queria ser esquecida, não importunada, apenas ser invisível. Fase substituída pela vontade incontrolável de irritar a todos, a ser do contra, diferente. Mas como nada dura para sempre, a adolescência passou e tudo que queria era me encaixar, ser aceita, amada, considerada bonita.

Hoje eu só “sou assim” – e mesmo sem nem saber como sou- e “quem quiser gostar de mim eu sou assim*”.

Cada dia me esforço menos, e ligo menos, se meu jeito agrada os outros. Não que seja perfeita e acabada, só aceito meus defeitos e limitações, enquanto não posso mudá-los, e vejo que qualidades estão embrenhadas em mim.

“Meu mundo é hoje”, mas cada pedra foi uma oportunidade de amadurecimento e o amanhã é parte desse círculo perfeito que é nosso caminho por esse mundo.

Penso que talvez no final dessa trajetória, tenha me livrado totalmente da necessidade de agradar ou me adequar aos outros, e seja nessa hora que aqueles me rodeim gostem mais de mim.

Porque simplesmente seremos resumidos a seres humanos reais e falíveis, tentando viver sem o “peso da hipocrisia” e nem “enganando a si mesmos com dinheiro, posição”. “Pois sei que além de flores, nada mais vai no caixão”.

*Todos os grifos desse post foram retirados do Samba “Meu mundo é hoje”, de Wilson Batista.

terça-feira, maio 19, 2009

Nossa amizade dá saudade...

Caro único leitor amigo, você sabe bem que saudade é um estado permanente do meu ser. Mas ontem ela veio reforçada pela ausência de um grande amigo.

Passei um bom tempo a falar sobre sua doçura e inconstância. Nesse monologo falei sobre ele, mas no final não sabia se era ele ou eu a quem descrevia.

Após anos de amizade, longas conversas desconexas sobre o futuro, os sonhos, enfim, sobre quem somos e queremos ser, penso que almas gémeas podem existir, e não, necessariamente, sobre a perspectiva da paixão.

Existem esses déjà vu, laços profundos estabelecidos quase que instantaneamente,afinidades inexplicáveis.

Por isso é que às vezes conflitamos, porque somos parecidos.

O que eu sei, caro único leitor amigo, é que às vezes eu sou muito sensível e faço tempestade em copo d'água.

E você vezes você é muito negligente... e às vezes eu faço tempestade em copo d'água ... e às vezes você é insensível... e eu muito sensível...

No entanto, quando estou triste, são seus cartões antigos que leio. Porque nessa hora lembro que no mundo tem alguém que sabe que sou uma pessoa melhor e mais importante do que penso ser.

quinta-feira, maio 14, 2009

Contradições dessa vida

Tantas pessoas têm uma vida de filme nórdico, uma coisa tranqüila e quase linear. Outros têm essa saga da latinidade, do drama e da vida como uma novela mexicana.

Algumas pessoas têm como trilha sonora “Don’t worry, be happy”. Outras ouvem incansavelmente Amy Winehouse ou Paulinho da Viola.

Há aqueles que ganham bingos, sorteios e acham vagas no estacionamento lotado. Do outro lado do rio, há quem caia no mesmo buraco várias vezes ou tropece repetidamente na mesma pedra.

Vários esquecem o passado como se nunca o houvera vivido. Poucos vivem do passado como se nada houvesse mudado.

Alguns mudam rapidamente. Outros, os séculos mudam e eles não.

Existem os que tomam a decisão e os que vivem eternamente indecisos.

Porém, todos nós sem exceção estamos sempre esperando e procurando.

Eu não sou diferente, estou aqui eternamente procurando um lugar a que pertença e algo para acreditar e vivo com uma saudade assimilada que ninguém nunca rouba de mim.

quarta-feira, maio 13, 2009

A parada gay é um marco


A parada gay já foi do orgulho, GLBT: várias denominações, mas a única coisa que não há como ela ser é parada. Tem DJ, trio elétrico, gente falando, gritanto, dançando, drag, vovó, alexandre frota e Eduardo Suplicy.

Mas eu defino a parada gay como um marco na minha vida.

Caro único leitor amigo, está pensando que virei a casaca? Para meu azar não mudei de lado, preste atenção e leia o que me ocorreu na Parada Gay de São Paulo em 2006.

Fui no feriado visitar minha amiga que havia se mudado para Sampa e lá vamos nós as calouras na parada. Quem esperava algo para se chocar, pesado e político, surpreeende-se. Era tudo muito leve, colorido, animado, mais lembrava uma festa que uma manifestação contra o preconceito.

É nessa hora que um cara de colan com short de lycra estilo Carla Perez com uma bunda siliconada vira para mim e fala: “Eu malho o ano inteiro para poder usar colan fio dental na parada. Vai dizer que eu não posso? Agora você é muito bonita de rosto, mas tá tão gordinha”....

Além de me chamar de gorda, saiu falando que ia tirar o short e ficar de colan. Enfim, pirado.

No entanto, ele tinha razão. Aquele frase foi um click para mim, cheguei em casa me matriculei numa academia, começei a fazer dieta.

15 quilos mais magra, cabelo mudado e novo guarda roupa, voltei a São Paulo e me perguntaram três vezes em situações diversas se eu era modelo.

Resumo: Valeu biba!!! Você não sabe, mas foi T-U-D-O na minha nova vida.

domingo, maio 10, 2009

Blogs

Tenho essa estranha identificação por pessoas que não conheço.

Leio seus textos, ouço suas músicas, vejo as fotos de suas férias, sei de suas vidas, mas não as conheço.

Não seria uma loucura, se pensarmos que todos nós somos seres humanos, que vivemos solitários e eternamente a buscar um lugar a que pertença e algo a acreditar. Então, a identificação seria in nata.

O esquisito é que não tenho a mesma ligação por pessoas reais, aquelas que convivo.

Por isso, acho fantástico a insurgência dos blogs. Criou-se um mundo paralelo de pessoas que sabemos os pensamentos mais intímos, as histórias marcantes, as crenças mais puras, entretanto, não sabemos a cor dos olhos, o cheiro, e muitas vezes nem o nome.


Antes esse universo de desconhecidos eram apenas os cineastas, escritores, músicos, colunistas de jornais, agora há mais uma categoria, os blogueiros.

sábado, maio 09, 2009

Respeitar certas regras sociais de convivência significam boa educação ou subserviniência?

A sociedade muda , e as regras de conviência também. Mas se a etiqueta existe, não importa se você considere-as inadequadas, quem conviver com você vai te considerar mal educado.

Por exemplo, uma pessoa conversa com você pelo msn e você escreve em caixa alta o tempo todo, independente de você achar que não existe etiqueta social no mundo virtual, essa pessoa achará que você está gritando e é mal educada.

Entretanto, digamos que a pessoa num ataque súbito de caridade, resolve te falar: "não sei se já te falaram que escrever em texto alto significa que você está gritando?", adianta dizer que não sabia e mudar o hábito, mas o contrário, sabe o que o caríssimo respondeu? "Isso não existe, e se existir, não vou mudar, não existe regra na internet".

Interpretação da resposta: "Não ligo se os outros consideram mal educado, se é péssimo para entender uma frase toda em caixa alta. Eu não mudo, o mundo é que tem que mudar para se adequar a mim. Enfim, o inferno é os outros. Eu? Sou perfeito".

Pois é... você pode não mudar, quem vai mudar a atitude é quem recebe o texto em caixas altas.

Mal educado não é o ignorante, é quem não tem humildade para aprender e mudar!

quarta-feira, maio 06, 2009

O vício dos deuses


"O vinho alegra o coração do homem; e a alegria é a mãe de todas as virtudes ... Quem não bebe e não beija está pior que morto." Goethe




Goethe, apesar de suas tendências suicidas, ou talvez justamente por isso, sabia das coisas.

Noites acordadas? Pensamentos obcecados? Tristeza sem cura? Solidão? Dor de cotovelo?

Caro único leitor amigo, talvez você não precise de uma psicólogo, e sim de uma garrafa de vinho.

Não precisa ser um vinho caro, por sinal, entendo muito pouco de vinhos, a cada compra tento errar um pouco menos. E de forma geral discordo das dicas chiques do vinhos encorpados e secos, prefiro os suaves e frutados.

Eu que já parei de beber milhares de vezes. Volto sempre pelo mesmo motivo: Eu mereço!

Bebo pouco e, com essa vida estressante, eu mereço tantas coisas que não posso ter, não devo me alienar do que posso adquirir.

Você merece também!!!

Não gosta de vinhos? Vai de cerveja, vodka, caipirinha.


Só não vale exagerar!


Entornar todas não é bacana - apesar que devemos fazer isso algumas vezes para aprender nossos limites, mas se você passou dos 20 anos, já deixou de ser "legal" ficar trêbado e passar mal.

terça-feira, maio 05, 2009

Surpresa: Serviços de Telefonia pioram

A Agência Nacional de Telecomunicações - aquela que virou procon, já que o serviço real que presta é um site de reclamações - divulgou essa semana que os serviços das prestadores de telefonia pioraram no Brasil.

Para tudo!!! Precisou fazer pesquisa e avaliação para saber disso?

Não há um só brasileiro que não saiba disso. E mais, que não se sinto ofendido e ridicularizado de ficar apertando milhões de telefones e de ser transferido mil vezes entre atendentes de telemarketing com sotaques paulistas, que estarão tentar resolver o nosso problema.

Se não basta a morte a língua portuguesa - isso é totalmente perdoável, já que falamos brasileiro e tentam nos manter ligados a uma cultura lusófona decadente; entretanto, matam o nosso bom humor e paciência.

O pior de tudo é que essa avaliação constante da ANATEL só irá concluir que todas as operadoras são ruins. E agora José? Haverá disputa pela mediocridade?

A pergunta que fica é: quem poderá nos defender?

domingo, maio 03, 2009

Corrida


Saldo positivo do feriado: Voltei a correr.

Estou só recomençando. O processo é longo para recuperar a resistência, mais complicado, ainda, é não lesionar o joelho ou coluna. Foram 2 km de corrida, mais 3 km de caminhada, e sem nenhuma dor.


Não sei se você, caro único leitor amigo, lembra-se que ano passado passei mais meses fazendo fisioterapia do que malhando. Por isso, faz quase 1 ano que não corro, fora os episódios de tentar voltar e machucar alguma articulação.

O projeto 2009 é mais singelo são 5 km em um ritmo bom e sem lesões.

Pode parecer loucura eu querer voltar a correr com tantas orientações médicas contrárias. Mas a felicidade que a endorfina me propiciona não poderia ser retirada do meu cotidiano.

Aquela sensação da mente esvaziar é inigualável.

A promessa é: se eu não lesionar nada, irei me preparar para a maratona de Brasília 2010.